O Sporting arranca amanhã, na receção ao Vizela, a defesa do campeonato que fugia desde 2002 e três troféus ganhos em 17 meses; o técnico almeja também tornar-se o mais bem-sucedido do século.
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Rúben Amorim já ganhou um lugar na história do Sporting, com o título ganho na época passada que pôs termo ao maior jejum (19 anos) do clube. Mas, o jovem técnico, de 36 anos, inicia a nova temporada - já com uma Supertaça no currículo - com um desafio ainda maior pela frente: chegar ao bicampeonato.
Depois de quebrar o jejum de títulos, o técnico procura um bis que foge aos leões desde o tetra consumado em 1954
É algo que os leões não concretizam há quase 70 anos. Foi no final da época de 1953/54 que o Sporting venceu pela última vez um campeonato consecutivo, sendo que no caso se tratou de um tetra, iniciado em 1950/51 sob o comando de Randolph Galloway, que fez o tri, e concluído já com a dupla Jozsef Szabo e Tavares da Silva na última época. Anteriormente, os verde e brancos tinham também alcançado um tri sob o comando de Bob Kelly (1946/47) e Cândido de Oliveira (1947/48 e 48/49).
O início da defesa do título terá lugar amanhã, no Estádio José Alvalade, frente ao recém-promovido Vizela, e esta será a 55.ª partida de Rúben Amorim ao comando de um Sporting que tornou vencedor como há muito não se via. Olhando a este século, com três troféus ganhos em 17 meses, o atual técnico já apanhou o registo de Lazslo Boloni e deixou para trás Marcel Keizer e Jorge Jesus, ambos com dois troféus, sendo que fica só a perder para Paulo Bento. Contudo, não só o atual selecionador da Coreia do Sul fez mais do triplo dos jogos, como nunca foi campeão, tendo erguido duas Taças e outras duas Supertaças.
Mas o sucesso de Rúben Amorim - e o insucesso de muitos treinadores que passaram pelo Sporting - não se mede apenas neste século. De facto, é preciso recuar às décadas de 40 e 50 e a treinadores como Cândido Oliveira e Jozsef Szabo para encontrar técnicos campeões pelos leões e com mais de três troféus conquistados no clube - Galloway ganhou três, todos campeonatos.
Registos impressionam
Na época passada, o mote de Amorim foi levar a temporada jogo a jogo, mas apesar do discurso cauteloso a verdade é que acumulou registos impressionantes: esteve invicto nas 32 primeiras jornadas, ficando perto de se tornar o primeiro campeão sem derrotas numa liga a 34 jornadas; além de ter ficado a um ponto de igualar o melhor pecúlio do leão no campeonato, no caso os 86 pontos conseguidos com Jorge Jesus em 2016.
Mesmo juntando todos os jogos desde que assumiu o cargo, o saldo é por demais brilhante comparando com antecessores, destacando-se por apresentar a melhor percentagem de vitórias (72,229) e a mais baixa de derrotas (9,26 correspondentes a cinco jogos), para além da defesa menos batida, em média.
Um troféu ganho a cada 18 jogos disputados
Uma Taça da Liga, um campeonato e uma Supertaça, por esta ordem, ao fim de 54 jogos, permitem a Rúben Amorim celebrar em média um troféu a cada 18 partidas. Entre os técnicos leoninos com mais de um troféu ganho este século, quem mais se aproxima desse registo é o neerlandês Marcel Keizer, vencedor de uma Taça e uma Taça da Liga, num total de 42 partidas no banco dos verde e brancos.