<strong>ENTREVISTA (PARTE 2) -</strong> Numa parte da conversa mais virada para o percurso pessoal, Rafa Soares confidencia que a parceria com Davidson é a melhor que já teve na carreira. E diz que fazer uma assistência é como marcar um golo.
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Em que lugar estaria num ranking de defesas-esquerdos em Portugal?
-Sou o terceiro melhor, atrás do Alex Telles e do Grimaldo.
Fazer uma assistência é como marcar um golo?
-Dá-me um enorme prazer, tanto como marcar um golo; é meio golo.
É algo muito treinado?
-O nosso jogo também passa muito por ganhar os corredores em triangulações e a partir daí servir bem quem aparece na zona de finalização. Tenho facilidade em fazer cruzamentos e fui aperfeiçoando a técnica; sou exímio nisso. Mas as minhas assistências sobressaem na medida em que os meus companheiros têm êxito nas finalizações.
"Os feelings com o Davidson funcionam muito bem"
Como é o entendimento com Davidson?
-Tem de haver constante comunicação, algo que faz parte do jogo. A defesa começa pelos atacantes. Na minha carreira acho que esta é a melhor parceria que já tive. Sei antecipadamente o que ele vai fazer; esses feelings com o Davidson funcionam muito bem.
No seu jogo quanto é que há de treino e quanto é que há de capacidade inata?
-O facto de conhecer o estilo de jogo do treinador traz mais naturalidade ao meu jogo, não tenho de estar sempre a pensar em todos os princípios de jogo. Mas também tenho muito de treino.
É fácil trabalhar com Luís Castro?
-Para mim é fácil. Qualquer jogador gosta da ideia de jogo que ele defende, mas colocá-la em prática não é assim tão fácil. Baixar linhas e jogar em transições rápidas é o mais fácil. Mas o Vitória é o clube ideal para o míster implementar essa ideia de jogo. É algo que requer um rigor grande, tem de haver sempre posicionamentos certos. Temos de estar sempre a fazer alguma coisa, o que acaba por ter um desgaste emocional.
Qual é o seu plano de carreira?
-Estava à espera de uma boa oportunidade para me ligar a um clube e o Vitória foi a escolha perfeita. Espero triunfar, deixar marca e, quem sabe, conquistar um título.
"FC PORTO? ALEX TELLES TINHA CHEGADO..."
Há muitos jovens a serem lançados nos clubes ditos grandes, como João Félix. No FC Porto sentiu que houve falta de aposta na formação?
-Houve uma condicionante forte. Quando pensava que podia ter a minha grande oportunidade, chegou o Alex Telles. E ainda havia o Layún. De certa forma, fecharam-se as minhas aspirações, eram dois jogadores que tinham acabado de ser comprados por 6,5 milhões cada. Ia ser a terceira opção e decidi sair por empréstimo. O Alex Telles continua lá e é dos mais influentes...
O Fulham foi uma experiência traumática?
-Tive uma entorse no final de agosto e a lesão foi mais grave do que se esperava. Fui para Inglaterra recuperar. Quando me senti bem outra vez, já estava em janeiro e decidi que tinha que voltar a jogar; fi-lo no Portimonense e voltei a sentir-me jogador.
"Depois da pré-época que fiz com o Sérgio Conceição, chegaria a Inglaterra a 200 por cento"
A experiência no estrangeiro ficou-lhe atravessada na garganta?
-De certa forma, sim. Depois da pré-época que fiz com o Sérgio Conceição, chegaria lá a 200 por cento. Ia ser diferente. Ainda vou a tempo de corrigir esse pequeno desaire na carreira.