Radar do Benfica deixou fugir Vitinha: "Fez logo três golos no primeiro treino"
Avançado cumpriu parte da formação no Águias de Alvite, um dos parceiros do clube da Luz. Os guerreiros viram-no e aproveitaram. Decisivo em Barcelos, Vitinha impressionou com um hat trick numa sessão de captações em Braga. "Foi um processo semelhante ao do Pedro Neto", contou o técnico José Carvalho Araújo
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A vasta base de dados do Benfica incluiu durante muito tempo o nome de Vítor Oliveira. É o mesmo Vitinha (o nome de guerra que adotou mais recentemente), de 21 anos, que se estreou em Barcelos a marcar na principal liga portuguesa, abrindo alas para um precioso triunfo do Braga sobre o Gil Vicente, num jogo em que valeu, acima de tudo, a eficácia, tanto a defender como a atacar.
Ora, foi precisamente a pontaria do avançado, ainda com 17 anos e oriundo do Águias de Alvite (clube de Cabeceiras de Basto), um dos parceiros do clube da Luz na rede de escolas de futebol, que impressionou o técnico José Carvalho Araújo, então nos juniores, numa sessão de captações.
"Foi-nos indicado pelo coordenador da escola do Benfica do Águias de Alvite. Pediu-nos para vermos três miúdos e o Vítor fez logo três golos no primeiro treino. Calculo que esse senhor já tivesse falado dele ao Benfica", contou.
O resto já se sabe: mudou-se para o Braga, continuou a marcar golos com assinalável facilidade e, por entre chamadas à Seleção sub-18, rapidamente alcançou as equipas secundárias profissionais até despertar a atenção de Carlos Carvalhal.
"Foi um processo semelhante ao do Pedro Neto [Wolverhampton], que era da escola do Sporting de Viana do Castelo. Por vezes, os grandes ignoram os talentos que têm. O Vitinha vai ser agora um problema para o Abel Ruiz e para o Mario González. Dá tudo, como o Paulinho [Sporting], e, à medida que vai jogando, ganha uma confiança brutal", comentou o ex-treinador do Braga.
A troca de papéis com Chaves
Gonçalo Chaves, agora no Caldas, chegou a fazer sombra a Vitinha nos juniores do Braga. Chegara da Académica e começou como titular, deixando Vitinha resignado. "Soube que ele dizia que o companheiro era, de facto, melhor, mas mudou de discurso depois de eu lhe ter dito: "aqui somos todos iguais". A partir daí, ganhou um ânimo incrível e os papéis inverteram-se", recordou José Carvalho Araújo.