Maurício, defesa de 21 anos, chegou aos bebés do Mar esta temporada para jogar nos sub-23 e tem-se exibido ao mais alto nível. Chegar à equipa principal é o pensamento
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"Vamos lá". Respirou fundo, resignado ao seu destino, enquanto o dizia. Era só uma entrevista, mas, para Maurício, é uma parte dos chamados "ossos do ofício" que não o entusiasma particularmente. Se havia algo que o defesa brasileiro de 21 anos sempre teve na mente era o desejo de jogar futebol no Velho Continente, que se realizou no início desta temporada quando se mudou para o Estádio do Mar. "Sempre tive o sonho de prosseguir a carreira na Europa, pois aqui existem mais oportunidades e estamos mais perto do sucesso. Recebi outras propostas, mas escolhi o Leixões pela grandeza e pelo projeto apresentado. É um emblema histórico e que não tem medo de apostar na juventude", afirma .
O atravessar do Atlântico trouxe todo um leque de novos desafios para Maurício, todavia, o promissor não precisou de muito tempo para dar nas vistas e sentir-se em casa, sendo um dos jogadores capitais da formação leixonense na Liga Revelação. "Quero agarrar esta oportunidade e ajudar a equipa a lutar por títulos. O meu pensamento é dar o melhor e ganhar o meu espaço aqui. Pretendo chegar à equipa principal e sei que estou perto", diz o promissor.
Velocidade, bravura e capacidade tática são atributos mostrados pelo brasileiro e que já chamaram a atenção de Vítor Martins. Recém-chegado a Portugal, o defesa diz estar "rendido" à francesinha.
Uma coisa está bem clara na mente de Maurício: se um jogador não estiver bem mentalmente, nada vai sair bem. Nessas alturas, a família assume um papel importante, mesmo com mais de 7 000 km de oceano a separá-los, e admite que a grande meta é oferecer uma vida estável à sua mãe. "Estar longe dos nossos é muito difícil, mas faço isto por eles. Quero oferecer uma vida estável à minha família e uma casa à minha mãe. É isso que me motiva todos os dias a querer ser melhor", revela a O JOGO.
A competição é dura, os adversários são fortes e a qualidade não diminuiu. Em estreia na Liga Revelação, o defesa brasileiro analisa a relevância da prova para os jovens jogadores. "É uma liga muito boa e cheia de qualidade. O objetivo é dar destaque aos jogadores mais jovens e prepará-los para as equipas principais ou para outros campeonatos. Há muito espaço para evoluir e a cada momento pode surgir a oportunidade de dar o salto. O futebol é muito atrativo e não há tempos mortos", entende.
Dentro das quatro linhas não há espaço para folguedos. Quem o diz é Maurício, que garante ser um jogador "muito rápido, forte nos duelos individuais e corajoso". O brasileiro aponta Daniel Alves como a maior referência no futebol, contudo, indica também Rafael Freitas, médio da equipa principal, como um jogador em quem se inspira. "Gosto do Dani Alves porque é brasileiro e identifico-me com a maneira dele jogar. No Leixões, apesar de não ser da minha posição, gosto do Rafael Freitas. Tem muita qualidade e fez um percurso parecido ao meu. É um craque e é muito humilde", remata.
Paixão pela francesinha
Maurício trocou, no início da época, o Coimbra MG pelo Leixões e abraçou a primeira aventura fora do seu país. A adaptação correu bem e o brasileiro diz estar "deleitado" com a gastronomia lusa. "Sofri um pouco com o frio, mas nada de mais. É um país muito tranquilo e muito acolhedor. Porém, a comida cá é divinal e apaixonei-me pela francesinha. É um prato muito bom", conta.
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