"Quero acreditar que nenhum presidente do Sporting pudesse ter pedido para fazerem aquilo"
André Geraldes, antigo team manager do Sporting, fala do ataque à Academia e do eventual envolvimento de Bruno de Carvalho no que se sucedeu em Alcochete
Corpo do artigo
"Tinha o clube virado de pernas para o ar. A partir do Atlético de Madrid, era um facto incontornável. O treinador não sabia se estava despedido, os jogadores queriam falar com a Direção... Ou seja, estava a tentar fazer o papel da ONU. O meu papel era pacificar o momento menos bom que a equipa estava a passar", afirmou André Geraldes, antigo team manager do Sporting, comentando na CMTV o ataque a Alcochete, do qual foi ilibado pela investigação do Ministério Público.
"Bruno de Carvalho já assumiu que as coisas começaram a não lhe sair tão bem. O clima criado pelo estilo de comunicação não foi o melhor. Não me entra na cabeça que ele tivesse pedido o que vimos nas imagens. Quero acreditar que nenhum presidente do Sporting, fosse quem fosse, pudesse ter pedido às pessoas para fazerem aquilo. É óbvio que ninguém podia prever o que aconteceu na Academia. Já alguma vez aconteceu em Portugal? Não tenho memória, só ouvi falar de um caso em Guimarães" disse ainda
"Os dfirigentes têm de ter atenção diferente a situações destas depois do que se passou. Mas naquela data nem percebo porque me quiserem escolher. Vão e escolhem. Mas eu não deixo acontecer. Eu estava ali [nas imagens da confusão no aeroporto da Madeira], mas estavam pessoas com várias responsabilidades. Essa teoria do caos é uma vergonha. Tentou-se fomentar essa teoria. Não fui escolhido por acaso. Era um potencial problema, mas nunca tinha acontecido nada assim. A própria polícia emite comunicado dias depois a dizer que era perfeitamente imprevisível", afirmou referindo-se às imagens, de arquivo, do aeroporto do Funchal horas depois do Marítimo-Sporting da época passada.
Sobre os 60 mil euros encontrados em Alvalade, André Geraldes afirmou: "Está explicado em sede de investigação. Não era o meu gabinete. O meu gabinete era na Academia, em Alvalade utilizava um onde estavam outras pessoas. O dinheiro vai estar perfeitamente justificado em sede de averiguações. Já toda a gente percebeu que era dos jogos de futebol. Era um jogo e meio. Não é o diretor desportivo que tinha esse dinheiro num cofre. O dinheiro é de bilhetes do Sporting"