"Queria ficar e o Länk Vilaverdense fez um esforço muito grande para que eu continuasse"
Yannick Semedo teve outras propostas, mas optou por renovar por duas épocas pelo clube minhoto, onde se sente "em casa". Começou no futebol como lateral; Na última época, o médio foi uma das figuras da equipa, tendo sido eleito para o onze da Liga 3. Agora, a ambição é dar continuidade ao trabalho para mais tarde conseguir chegar à I Liga.
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Há quase dez anos, o sonho de ser futebolista fez com que Yannick Semedo viajasse de Cabo Verde para Portugal. Começou por jogar nas ilhas e, mais tarde, mudou-se para o continente, onde está, atualmente, ao serviço do Länk Vilaverdense. Chegou à formação de Vila Verde na última época e o bom rendimento fez com que o clube minhoto quisesse prolongar o vínculo contratual por duas épocas. "Estou muito feliz pela minha renovação com o Länk Vilaverdense, foi o combinar de uma vontade muito forte das duas partes. Eu queria ficar e percebi que o clube fez um esforço muito grande para que eu pudesse continuar mais duas épocas. Foi o casamento perfeito", resumiu o médio que não escondeu ter recebido propostas para sair. "Apesar de ter tido outras abordagens, decidi ficar aqui porque sinto-me em casa".
Na última época, o Länk Vilaverdense conseguiu garantir um lugar na II Liga, apesar de, inicialmente, esse não ser um objetivo declarado. Mais do que a subida, a campanha 2022/23 foi importante para Yannick por ter tido a oportunidade que procurava desde que se mudou para Portugal. "Foi uma época muito importante para o meu percurso, sinto que precisava desta oportunidade para poder mostrar o meu valor. Sempre joguei um bom futebol, mas a forma de jogar da equipa ajudou-me muito", valoriza o cabo-verdiano, de 27 anos, que no decorrer da época somou cinco golos e fez uma assistência em 34 jogos. Números dignos de registo e que fizeram com que fosse escolhido para fazer parte do onze da Liga 3. "Acho que foi merecido pelo que andei a fazer ao longo da temporada", enalteceu o médio.
Em Portugal, e antes da passagem pela formação de Vila Verde, o médio representou Santa Clara, Marítimo, União da Madeira, Beira-Mar e Salgueiros. "Na mudança para os Açores foi mais complicado, não conhecia nada, não tinha ninguém, mas depois fui-me adaptando-me. Já na Madeira foi muito mais fácil, mas senti que seria importante mudar-me para o continente, onde é possível ter mais visibilidade, que era o que eu pretendia", explica, revelando ainda que em Cabo Verde jogava a lateral-direito, mas depois, no Marítimo, acabou por ser adaptado a médio, posição em que joga agora. "Sinto que é mesmo essa a minha posição", avalia.
Para a nova temporada, que será de estreia no segundo escalão português, Yannick Semedo perspetivou algumas dificuldades. "Vai ser complicado porque é a segunda liga, a dificuldade vai aumentar, mas estou seguro que a equipa vai apresentar um bom nível", analisa o jogador que, ainda assim, se mostrou ambicioso. "Mantivemos alguns jogadores da época passada e isso ajuda, por isso vamos tentar fazer uma boa época e vamos dar o melhor para honrar da melhor maneira o clube". Sobre o futuro, Yannick não esconde que o objetivo passa por continuar a jogar no futebol português. "Gostaria de ficar em Portugal, mas se aparecer uma proposta vantajosa para ir para fora, aceito", atira, sem esconder que ambiciona chegar à I Liga.
"Ricardo Sousa, Rui Amorim e Ricardo Silva ajudaram-me"
Na carreira, Yannick Semedo trabalhou com vários treinadores, mas há três que destaca: Ricardo Sousa, quando estava no Beira-Mar, Rui Amorim, no Salgueiros, e Ricardo Silva na época passada, no Länk Vilaverdense. Nomes que contribuíram para a evolução do médio, tal como enalteceu. "Foram treinadores importantes para o meu crescimento. Ajudaram-me muito", valorizou o cabo-verdiano que também partilhou quais as suas referencias no mundo do futebol. "O Thiago Alcântara e o Toni Kroos. Inspiro-me neles", rematou.
Jogar por Cabo Verde foi um sonho
No ano passado, Yannick foi um dos eleitos da seleção de Cabo Verde para participar num particular. A primeira convocatória, e única até ao momento, foi especial para o médio, que a recordou com uma felicidade imensa. "Foi um dos momentos mais felizes da minha vida, a minha família também ficou muito contente, senti que o meu trabalho foi reconhecido", apontou o médio que nesse jogo fez entre 30 a 45 minutos. O objetivo, agora, é continuar a trabalhar para voltar a ser chamado e, no futuro, fazer parte dos eleitos cabo-verdianos para a CAN. "Tenho de fazer um bom campeonato, continuar a jogar, para ser chamado. Espero um dia ser convocado para a CAN. É um grande sonho", partilhou.
Distância é o maior problema
A mudança de Cabo Verde para Portugal, em tenra idade, trouxe alguns dissabores a Yannick, não só pela adaptação mas também pela distância da família, sobretudo nos primeiros tempos, quando se mudou para os Açores para representar o Santa Clara. "Foi muito complicado deixar a minha família, porque sou muito apegado a eles, mas vim atrás do meu sonho de ser jogador de futebol e tive de me adaptar", recorda o médio, explicando ainda como combate as saudades que sente dos entes queridos. "Sempre que consigo vou a Cabo Verde, este ano não fui mas na próxima época vou. Falo todos os dias com eles", remata Yannick, ressalvando que já está completamente adaptado a Portugal, onde vive desde a época 2014/15.