Queixa sem seguimento: Conselho de Disciplina não abre processo aos jogadores do FC Porto
Comissão de Análise Jurídica avançou com uma participação da mensagem conjunta dos jogadores, mas o CD não vai abrir processo. Atletas portistas visaram a arbitragem em comunicado após a derrota polémica com o Estoril.
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A tomada de posição conjunta dos jogadores do FC Porto após a polémica derrota no Estoril (0-1), que surgiu sob a forma de comunicado, a 31 de março, motivou uma participação para o Conselho de Disciplina (CD) da FPF por parte da Comissão de Análise Jurídica (CAJ), criada após as últimas eleições da APAF. No entanto, ao que O JOGO apurou, o órgão federativo entende que a mensagem partilhada por praticamente todo o plantel dos dragões no Instagram - Marcano não tem redes sociais - não constitui motivo suficiente para a instauração de um processo disciplinar, pelo que a queixa feita pela entidade independente não terá seguimento, como O JOGO adiantou em primeira mão na edição impressa desta quinta-feira.
Através do site da APAF, a CAJ divulgou os objetos de todas as participações feitas junto do CD e, além dos jogadores azuis e brancos, também Sérgio Conceição, Pinto da Costa e a SAD foram visados. No caso do presidente do FC Porto, pelas declarações logo após o duelo com o Estoril, na sala de Imprensa, e pela recente entrevista que deu à SIC. Já a SAD ficou em ponto de mira por críticas tecidas ao árbitro António Nobre e a Tiago Martins, VAR do jogo na Amoreira, em artigos publicados no site do Porto Canal e na newsletter “Dragões Diário”. Em ambos os casos, importa referir, o CD avançou para a abertura de procedimentos disciplinares, mas por participação direta do Conselho de Arbitragem e não pelas queixas da CAJ.
A participação contra Sérgio Conceição derivou das duras críticas do treinador à arbitragem na conferência de antevisão ao jogo da Taça de Portugal, frente ao V. Guimarães. Aí, ao contrário do que sucede com os jogadores, não é de excluir que ainda possa haver instauração de processo. Um cenário que, a confirmar-se, não será surpresa para o técnico. “Vou levar mais um processo”, atirou Conceição, depois de referir que o FC Porto “joga sempre contra mais do que onze jogadores”.
Trio de juristas analisa conteúdo
A Comissão de Análise Jurídica trata-se de um órgão constituído por três juristas independentes que, após a recondução de Luciano Gonçalves como presidente da APAF, em março, foi criado com o intuito de analisar conteúdo que coloque em causa a seriedade dos árbitros. De seguida, nos casos que forem considerados pertinentes, envia uma participação para o Conselho de Disciplina da FPF. Os árbitros, aliás, têm a possibilidade de encaminharem diretamente para a Comissão qualquer tipo de conteúdo que considerem passível de colocar em causa a respetiva honra.