"Quando vim ao Porto para assinar, vinha a ler os jornais e pensei: vamos ganhar"
Casillas concedeu uma entrevista ao Porto Canal, transmitida na noite desta segunda-feira
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Cobrança dos adeptos do FC Porto e Real Madrid: "Sim, claro. Os portistas querem ganhar tudo o possível e se isso não acontece há uma grande desilusão, raiva e impotência."
Primeiro ano sem títulos: "Gosto de futebol e seguia várias ligas, estava cá o Lopetegui e vários espanhóis e ia vendo jogos. No ano anterior a chegar a disputa pelo campeonato foi muito renhida. Quando vim, com mais dois, três reforços, veio Maxi, Osvaldo, poderíamos dar esse salto para ganhar... Foi muita confusão. Caímos na Champions e saiu o Dortmund na Liga Europa. Recordo que nas férias de Natal estávamos em primeiro no campeonato, na Taça da Liga, de Portugal, mas a partir do jogo com o Marítimo no Dragão tudo mudou. O clube depois decide pela saída do treinador e houve um período de instabilidade. Tivemos o Rui Barros até à chegada do Peseiro. A final da Taça resumiu um pouco essa época. Se tivéssemos ganho essa final maquilhavas um pouco a época."
Uma vitória no primeiro Benfica-FC Porto: "A rivalidade sente-se nas ruas, as pessoas dizem sempre que há que ganhar ao Benfica. Esse jogo foi de alegria e tristeza, o único de positivo esse terão sido as vitórias sobre o Benfica."
Derrota com o Tondela e um treino à chuva: "No futebol tenho um amigo que sempre me diz, o sol vai aparecer. Se estás em baixo, mais triste, tens de dar a volta, recomeçar, colocar o contador a zero. Foram semanas duras. Perdias jogos contra rivais que não eram melhores do que tu, não havia reação e foi frustrante."
"Quando vi ao Porto para assinar, vinha a ler os jornais e falava-se das possibilidades do FC Porto nas várias provas e eu pensei que com esta equipa vamos conquistar coisas. Ao chegar janeiro de 2016 percebi que as coisas não funcionavam e fiquei triste"
A desilusão: "Quando vi ao Porto para assinar, vinha a ler os jornais e falava-se das possibilidades do FC Porto nas várias provas e eu pensei que com esta equipa vamos conquistar coisas. Ao chegar janeiro de 2016 percebi que as coisas não funcionavam e fiquei triste. Foi um ano duro porque tinha muitos objetivos, queria ajudar o FC Porto a ganhar. O meu rendimento também não foi bom"
Rendimento abaixo do esperado: "Porque tinha mudado tudo. Só tinha a minha mulher e um amigo de vez em quando e o início foi duro. O segundo ano, para mim, foi melhor, já tinha mais conhecimento de tudo."
Habituado a outros luxos no Real: "Isso também custou e fez-me lembrar o início da minha carreira. Em Portugal há bons campos, mas também há alguns mais modestos, fazia isso no início da carreira. Mas eu gosto de jogar nesses campos, atenção. Sempre pedi para me tratarem como um mais, como de uma família humilde. [...] Recordo o meu primeiro jogo em Portugal, no Estádio do Marítimo quando estavam a fazer a bancada... Ou com o Arouca e perguntava como era possível uma mudança assim."