Rúben Fonseca testemunha a luta de Telmo Arcanjo, extremo de 23 anos, para superar 14 meses de ausência dos relvados, provocada por uma lesão grave sofrida ainda no Tondela
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Amigo de Telmo Arcanjo sentiu-o sempre confiante
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Depois de uma época inteira sem jogar, Telmo Arcanjo estreou-se no sábado com a camisola do Vitória, no jogo de apresentação com o Rayo Vallecano. Ausente desde maio do ano passado, por ter sido operado ao joelho direito, lesão sofrida ao serviço do Tondela, o internacional cabo-verdiano viveu 14 meses de “muita dor, sacrifício e vontade de voltar a pisar um relvado”, como escreveu nas redes sociais.
No jogo de apresentação contra os espanhóis do Rayo Vallecano, no sábado, estreou-se com a camisola do Vitória após ter passado uma época inteira a recuperar da operação ao joelho direito.
O jogador de 23 anos, que tem contrato até 2027, tinha “uma saudade gigante de voltar a tocar na bola e sonhou como seria jogar e sentir o inferno no D. Afonso Henriques”, expressando manifestações de agradecimento “à família, aos manos, ao empresário e ao Vitória pelo apoio constante em todo o processo”.
“O primeiro impacto foi complicado, mas enfrentou tudo com muita determinação e confiança. Este problema vai fortalecê-lo”
Os amigos também não foram esquecidos por Telmo Arcanjo. Quando foi promovido por Natxo González à equipa principal do Tondela, em 2020, começou a dar-se “muito bem” com Rúben Fonseca, que já fazia parte do plantel dos beirões. “Ficámos grandes amigos”, recorda Rúben. “Esta foi uma lesão com gravidade, mas encarou-a de uma forma natural, sabendo que ia passar por momentos difíceis. O primeiro impacto foi complicado, mas com o tempo e com as pessoas certas, que o ajudaram, foi lidando e trabalhando para recuperar”, conta o avançado que na época passada jogou nos romenos do Hermannstadt e procura agora clube. “Nunca o senti em baixo, pelo contrário”, acrescenta sobre este longo período de recuperação. “É um jogador forte fisicamente, agressivo, e isso ajudou-o a superar um mau momento. Enfrentou tudo com muita determinação e sempre com muita confiança. Acho que este problema, que felizmente está ultrapassado, vai fortalecê-lo”, sustenta.
“Quando se lesionou estava em grande forma, mesmo a rebentar”
Rúben considera que o amigo “provou que é um lutador”. “Vai voltar mais forte e dará muitas alegrias aos adeptos de um clube de grande dimensão. Conhecendo bem os jogadores do Vitória, ele é diferente. Estando 100 por cento recuperado pode afirmar-se na equipa e na I Liga”, aponta.
O ex-colega de equipa defende que Telmo Arcanjo “rende mais como extremo ou segundo avançado”. “É muito bom driblador, mas tem números. Faz muitos golos e assistências”, elogia. “Quando se lesionou estava em grande forma, mesmo a rebentar e a explodir”, lembra.
“Abençoado” com cruz no braço
Telmo Arcanjo tatuou uma cruz num dos braços como forma de assinalar o regresso aos relvados e, pouco depois do jogo com o Rayo Vallecano, escreveu “abençoado” nas redes sociais. Este “rapaz reservado”, como o define o amigo Rúben, tinha motivos para se sentir “mesmo feliz” pela entrada em campo, na apresentação aos adeptos e no jogo contra os espanhóis. “É também brincalhão, gosta de mandar as suas piadinhas e está sempre a meter e a ouvir música. Gosta essencialmente de kizomba e crioulo”, conta.