"Quando sais de um clube deixas sempre amizades, mas ressentimentos nunca tive"
ENTREVISTA, PARTE II >> Quando Zé Carlos deixou o Braga rumo a Barcelos, o objetivo era jogar, o que não fazia com regularidade na Pedreira
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Sediado no Minho, o Gil Vicente debate-se com a oposição de Braga e Vitória, mas Zé Carlos crê que é possível encurtar distâncias se houver estabilidade.
Chegou ao Braga, oriundo do Leixões, mas acabou por não se afirmar, somando apenas dez jogos. Depois de dois empréstimos foi transferido o Gil Vicente. Apesar disso não guarda rancor aos arsenalistas.
Foi uma forte aposta do Braga em 2020, mas acabou encostado e chegou a Barcelos em janeiro de 2021. O que pretendia nessa primeira época, quis mostrar ao Braga que tinha qualidade?
—O objetivo era impor-me e jogar, porque eu nunca tinha jogado na I Liga com regularidade. Na época em que estive no Braga fiz poucos jogos e sentia que o mais importante era jogar. Estava alinhado com aquilo que o Braga queria para mim enquanto ativo do clube e esse objetivo foi cumprido.
Não tem ressentimentos por não conseguir vingar em Braga?
—Não. Quando sais de um clube deixas sempre amizades, mas ressentimentos não, nunca tive. Fui para o Braga muito novo, aos 21 anos.
César Peixoto tem falado na necessidade de o Gil apostar mais na formação. Concorda?
—Claramente. Aliás, quando cá cheguei não tínhamos estes dois campos de treinos junto ao estádio, onde jogam também os escalões de formação. É uma mais-valia termos um suporte para os escalões de formação. Neste momento, nota-se que a aposta na formação é pensada, planeada. Nota-se que há realmente qualidade nas camadas jovens e tenho a certeza que vão sair de lá muitos bons jogadores.
É o décimo jogador no ativo com mais jogos pelo Gil Vicente e do atual plantel, confirmando-se a saída de Fujimoto, só o Andrew tem mais. A responsabilidade aumenta?
—Tenho orgulho de ter essa responsabilidade. Não a encaro de uma forma negativa, nem pouco mais ao menos, mas de uma forma muito positiva, porque quer dizer que as pessoas acreditam em mim, gostam de mim e que eu tenho rendido. Se assim não fosse, não teria feito esse número de jogos. E espero poder cumprir ainda mais no futuro.
O que falta ao Gil Vicente para se aproximar do Vitória e do Braga?
—Falta alguma estabilidade, essencialmente é isso. O clube tem condições, as pessoas aqui no clube têm qualidade no que fazem, mas acho que falta alguma estabilidade e acredito que nos próximos anos isso possa acontecer.