"Quando perdeu as eleições, Pinto da Costa ligou-me a dizer: 'agora vamos tratar do Infesta'"
Luísa Salgueiro, presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, lembra personalidade única para a reigão Norte e fala do amigo da família, que foi defesa-central do Infesta ao lado do pai, José Salgueiro. Ficou a confidência de um momento recente com Pinto da Costa, quando chegou ao fim reinado de 42 anos
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Luísa Salgueiro, presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, falou com o JOGO sobre a perda de Pinto da Costa, lamentando profundamente o desaparecimento de personalidade que era singular para a região norte e também de um amigo de longa data da família, pois foi colega do pai, José Salgueiro, no Infesta, ainda como jogador, numa breve carreira, nos anos 60, em que foi defesa-central. Seria, no clube de São Mamede de Infesta, ainda dirigente como tesoureiro e secretário. E amigo sempre generoso de outra liderança longa no humilde emblema mamedense, gerido mais de três décadas por Manuel Ramos. Luísa Salgueiro sempre teve Pinto da Costa como inspiração próxima. "Sou portista desde sempre, acompanhei muito novinha o meu pai a cada jogo que ia às Antas. Haviam sido colegas no Infesta e, ainda recentemente, foram os dois juntos ao clube levantar os seus novos cartões de associados nos 50 anos de filiação, o meu pai como sócio nº 6 e o Pinto da Costa o nº 8. Estiveram juntos a recordar o seu tempo de jogadores, a relação tão especial que fizeram naquela época. Havia uma grande afetividade entre ambos, que também se transportou para mim", recorda Luísa Salgueiro.
Marcada por muitas memórias, partilha outra, realmente curiosa e definidora de quem era Pinto da Costa na sua teia de afetos. "Ele era muito apoiante do Infesta. No dia em que perdeu as eleições para o Villas-Boas, telefonou-me e com o seu humor lá me disse 'agora vamos tratar do Infesta'. Sempre foi uma pessoa muito interessada sobre a vida do clube, transmitia o que se devia fazer para melhorar o Infesta. Ele o meu pai são da mesma idade, a relação entre ambos era fortíssima, e esta notícia também o afetou muito", confidenciou.
A autarca matosinhense e também presidente do Conselho Diretivo da Associação Nacional de Municípios fez, por fim, uma reflexão do homem que também mudou paradigmas na luta de maior peso para a região Norte. "Como portista carrego uma grande mágoa, é uma perda grande para o futebol e desporto nacional, uma referência única. A Câmara de Matosinhos sempre teve uma relação institucional com o FC Porto, sobretudo, ao nível do basquetebol, em que cedeu as suas instalações. De Pinto da Costa ou se gostava muito ou não se gostava. Ninguém era neutral a ele. Eu sou do primeiro grupo, porque foi uma voz que defendeu e muito a sua cidade e a sua região."