"Quando me ligaram do Benfica, pensei logo: 'Não há qualquer hipótese de deixar isto escapar'"
Roger Schmidt, treinador do Benfica, deu uma entrevista à revista alemã Kicker, que o clube encarnado reproduz na íntegra, esta quinta-feira.
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Forma de jogar das suas equipas: "Estes clubes contactaram-me porque queriam mudar algo. Em Leverkusen já foi assim. Também queriam mudar. Jogar um futebol diferente. Já o fiz algumas vezes. Até em Pequim. Para o estilo chinês, jogámos um futebol diferente. Em Eindhoven também o fiz, e agora idem. Quando já se fez isto em alguns clubes já sabes com o que contas, e estamos preparados para mudar rapidamente o estilo de jogo, apesar de se tratarem de clubes que jogavam um estilo de futebol diferente e que passaram a jogar outro estilo. Mas a experiência diz-me que, mesmo em pouco tempo, se pode conseguir muito."
O convite do Benfica: "Eu não olho assim para tanta coisa. Ouço as pessoas, que pensam que eu poderei ser um bom treinador para eles, tento ficar com uma ideia. É claro que tenho de me sentir entusiasmado, como é o caso agora no Benfica. Quando me ligaram a dizer que me queriam contratar, pensei logo 'não há qualquer hipótese de deixar isto escapar'. Quando ouço algo assim fico logo a querer ir. O futebol é assim. Adoro futebol e é por isso que sou treinador. Poder treinar um clube assim é uma honra. Depois, é claro que olho para algumas coisas, mas entretanto tenho confiança, independentemente de pormenores, em poder treinar e liderar de forma a ter um resultado diferenciado. Tenho uma abordagem muito aberta. Não chego e tenho dez jogadas para as coisas correrem como já correram no passado. Eu trabalho dia a dia. Começo, recolho informação, tento perceber os jogadores, como jogam futebol, como pensam o futebol e tento todos os dias desenvolver as coisas para ter bons resultados, também na direção do futebol que eu quero que joguem. Não tenho um plano-diretor, quero é que as coisas se vão desenvolvendo dia a dia, passo a passo."
Grandeza do clube: "É claro que o Benfica, devido ao historial, ao seu valor em Portugal, a todo o seu passado, é um clube enorme, e sente-se na cidade o amor incrível que as pessoas têm pelo clube. Sente-se todos os dias. Não é preciso estar cá muito tempo para o sentir, basta passar a noite num hotel e no pequeno-almoço do dia seguinte percebe-se logo o que é importante nesta cidade. É o futebol e o Benfica. Isto deixa-me muito feliz por estar a treinar aqui."
Viver fora da Alemanha: "O meu centro é sempre a Alemanha. Adoro a Alemanha e nunca hei de querer viver de forma permanente noutro sítio, mas é claro que a vida é bela quando se pode conhecer outras realidades. Aprendi a apreciar treinar no estrangeiro. É algo especial. É claro que cada um pode determinar que fica cinco anos num clube na Bundesliga, mas gosto de um pouco de aventura e de ver o futebol de diferentes pontos de vista. É isso que estou a viver em Portugal."