ENTREVISTA, PARTE II - Com a vitória na Taça a premiar o “trabalho e união” do plantel portista, o central dá a receita para alcançar a fórmula do sucesso. Conquista no Jamor, permitiu ao FC Porto terminar a época com “sensação boa”, defende o brasileiro, que fala num troféu “inesquecível” para Pinto da Costa.
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Otávio chegou ao FC Porto em janeiro e não demorou a afirmar-se como titular. Não obstante a juventude (22 anos), foi com convicção que falou em exclusivo a O JOGO sobre a conquista da Taça de Portugal, o último troféu da “era Pinto da Costa”, lançando as bases para a próxima temporada. Para que, em termos globais, corra melhor, é preciso não repetir as “oscilações” verificadas em 2023/24 ainda que intercaladas com “grandes jogos”, segundo o defesa contratado ao Famalicão.
Sabendo que fechar a época com “apenas” um troféu não sacia a exigência do universo azul e branco, Otávio olha para o triunfo sobre o Sporting como prémio merecido pela união demonstrada pelo plantel (ainda) orientado por Sérgio Conceição.
A Taça de Portugal foi o seu primeiro título pelo FC Porto. O que representa esta conquista?
-Foi o meu primeiro título desde que cheguei à Europa. Por isso, é muito importante e espero que seja o primeiro de muitos. A nível coletivo, pelo trabalho que fazemos no dia a dia e pela forma como jogamos, pela união que temos e pela família que somos, acho que merecíamos coroar a nossa temporada com a conquista deste título.
Pode dizer-se que esta taça funciona como uma espécie de tábua de salvação para a época do FC Porto?
-Não creio. Acabámos por fazer uma boa época, mas oscilámos um pouco. Quando jogamos ao mais alto nível, isso é algo que não pode acontecer. Esse troféu foi muito importante, porque fizemos grandes jogos, mas nem sempre correu bem. Esta Taça mostra o bom jogo que fizemos no Jamor e que resultou na conquista de um título. Mostrou o grupo que somos.
A época terminou, então, com sabor agridoce?
-Quando cheguei ao FC Porto, vi que seria difícil jogar logo, mas afirmei-me. A nível coletivo, terminámos com uma sensação boa. Conquistámos um troféu. Estávamos a disputar três e ganhámos um. O FC Porto é um clube gigante. Foi o começo da minha trajetória aqui e espero que tenha sido o primeiro de muitos títulos.
Venceram o Sporting nesta final e, no Dragão, golearam o Benfica para o campeonato. Que sensações ficaram dos jogos com os principais rivais?
-Contra o Benfica fizemos tudo aquilo que o míster pediu e saiu na perfeição. Na final da Taça estivemos muito bem e foi uma festa linda para os adeptos.
Teve um sabor especial por se tratar do último título de Pinto da Costa?
-Sim, tem um sabor muito especial por todos os anos que ele passou no clube. Foram 42. Foi muito especial para ele e muito gratificante para nós. Acho que é um título que Pinto da Costa nunca esquecerá.
Deixou-vos alguma mensagem antes da final?
-A mensagem que deixou sempre: acreditarmos até ao fim. No FC Porto, nunca se desiste.
O “Otávio de sempre” na eliminatória com o Arsenal
Enaltecido a nível internacional pelas duas exibições seguras que assinou contra o Arsenal, nos dois primeiros jogos que fez na Liga dos Campeões, Otávio encarou os elogios com... naturalidade. “Ao ver na televisão não pareceu difícil, mas dentro de campo é diferente. Fui o Otávio de sempre e consegui pôr isso cá para fora. Não sinto que tenha feito algo muito diferente. Mostrei o jogador que sou e o que aprendi no tempo que levo no FC Porto”, afiança.