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Contava estar tanto tempo no clube: "Quando cá cheguei não sabia se ia, ou não, ficar muito tempo. Na verdade, só quando se chega aqui, se vê o clube e se sente tudo o que há em torno dele é que começas a amar o clube. Durante estes anos comecei a gostar muito desde clube. Comecei a amar este clube. Já na última renovação decidi ficar aqui porque amava este clube e queria continuar a usar esta camisola mais anos. E, chegados ao dia de hoje, depois destes oito anos, é o momento de dizer adeus. Mas, como disse há uns dias, não é por não amar este clube, mas sim por desafios pessoais."
Usar a braçadeira de capitão: "Claro que fico orgulhoso. Sempre me senti, durante estes últimos anos, um capitão dentro do balneário. Não é só quem traz a braçadeira que é o capitão. A equipa precisa de vários líderes, e eu senti-me um deles. É um orgulho para mim ter essa fotografia com a braçadeira, porque é algo que vai ficar para sempre comigo e que me enche de orgulho."
Só 32 jogadores superaram os 300 jogos pelo Benfica: "Creio que fiz história no clube, porque é difícil chegar a esses números, sobretudo quando não se nasceu aqui, se vem de outro país e se passa metade da vida praticamente aqui a jogar por um clube. Isso deixa-me muito feliz e orgulhoso por tudo o que consegui, e quem sabe se no futuro poderei a voltar a ajudar outra vez, seja dentro ou fora das quatro linhas. Vou acompanhar sempre o Benfica, porque é o clube da minha vida, da minha carreira desportiva. Realmente, nunca estive em outro clube tantos anos como estive aqui. E a verdade é que nunca se sabe o que poderá acontecer no futuro".
Porta aberta ao regresso: "Claro que sim. Saio daqui muito feliz com tudo o que atingi, mas nunca se sabe se depois se pode ajudar o clube, dentro ou fora do campo. Certamente que vou continuar a apoiar o míster, o presidente, todos os meus companheiros, todo o staff, os fisioterapeutas... São muitos anos com cada um, com cada pessoa, e depois não partimos de um dia para o outro como se nada tivesse acontecido. Mas aconteceu... e muito. E irei recordá-lo."
De que sentirá mais saudades: "De muita coisa! Acaba por ser o dia a dia, o que mais se sente. Vamos treinar todos os dias e temos os nossos companheiros, os preparadores, os fisioterapeutas, estou com eles há oito anos. Saudades de todos, de cada pormenor. Ir ao estádio, estar neste estádio incrível, com 60 mil pessoas em todos os jogos, de tudo. Vou ter saudades de tudo. E, quando tomei a decisão, já sabia que ia ter saudades de tudo isto. Porque é impossível esquecer tudo isto. Mas ao fim e ao cabo, tal como já disse, tinha de procurar outro desafio e ir em busca de algo novo na minha carreira."
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A grandeza do Benfica quando assinou: "Não. Lembro-me de quando cheguei aqui, não sabia da grandeza do clube... Lembro-me que, na primeira vez que fui ao Marquês, apercebi-me de tudo o que envolvia o clube. E, com o passar dos anos, apercebi-me que não pára de crescer, e que cada vez é maior. E isso é incrível, porque não é fácil gerir um clube com esta dimensão e que cresce dia após dia. É incrível."
Esperava afirmação rápida: "Quando se chega a um clube há sempre um período de adaptação. Vens de outro país, és jovem e a equipa está a jogar bem. Sabia que ia ser difícil e que, pouco a pouco, teria de me ir adaptando ao resto da equipa nos treinos. E na realidade, por acaso, vivi, por assim dizer, os melhores momentos da temporada. Foram o último jogo da Liga para vencer o título e a final da Taça [da Liga]. E isso é incrível, porque acaba por parecer que se jogou o ano todo, e, quando chegam os momentos de felicidade, está-se em campo e vive-se de outra forma. Foi incrível, porque eu era apenas um miúdo e, ao viver tudo isso, fiquei entusiasmado.
A melhor temporada: "Sim, pode dizer-se que sim. Penso que tanto a nível defensivo como ofensivo estive muito tranquilo. A equipa acaba por ajudar. Quando a equipa está bem montada, quando todos estão bem posicionados, tudo flui e é mais fácil, tanto para atacar como para defender. Tudo isso ajudou. Também me sentia muito confortável com a equipa, sentia-me um líder. Sabia que sempre que recebia a bola do meio-campo para a frente podiam acontecer coisas, e eu próprio sabia que podia fazê-las."
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