"Programa 'Regressar'? Tem de haver uma motivação extra para que os jogadores regressem a Portugal"
Confederação Empresarial de Portugal defende que a indústria do futebol seja tida em conta na discussão do Orçamento de Estado.
Corpo do artigo
Armindo Monteiro, presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), esteve na XI Cimeira de Presidentes da Liga Portugal, que decorre em Coimbra.
O presidente da CIP explicou por que razão foi convidado para entrar no debate com os presidentes das sociedades desportivas e abordou a alterção do programa “Regressar”, o qual passará a ter um teto máximo de 250 mil euros de salários auferidos anualmente.
“O futebol é mais do que um mero entretenimento. É um importante desígnio da economia fiscal. Temos de desenvolver a economia, puxando tudo o que é português. Temos treinadores, jogadores e dirigentes desportivos de mérito reconhecido. Temos que ter a capacidade das nossas forças de promoção da economia estarem aqui. Nessa discussão do Orçamento de Estado é importante que a indústria do futebol esteja presente.”
Impostos: “É lamentável que o futebol seja o único penalizado com uma taxa de 23 por cento na bilhética. Não há outro espetáculo em que isso aconteça e o futebol não pode ser discriminado, até porque há clubes com capacidade, mas outros não. A nossa indústria não é rica. Temos impostos de ricos num país pobre.”
Programa Regressar: "Normalmente, um jogador português afirma-se em Portugal e depois faz um percurso de vitórias lá fora. É importante que haja um estímulo para que regresse. Fazer regressar o talento é fundamental. Quando tem a hipótese de regressar, o jogador faz contas. O que ganha é diferente do que recebe. Tem de haver uma motivação extra para que regressem. Todos ganhariam, eles e todos os que gostam de ver bons jogadores nos nossos relvados. Sem essa vantagem, vão continuar lá fora."
Desafios: "Temos que ter pessoas qualificadas. Não podemos atrair apenas mão-de-obra barata, sejam médicos, professores ou jogadores de futebol. Temos a necessidade de promover a economia, baseado no talento. Este é um desafio que não tem apenas a ver com o futebol. Temos uma perspetiva de crescimento de 1,5 por cento e isso não é possível. O futebol pode ajudar. Temos que juntar o futebol ao turismo, como já acontece com a saúde."