Pedro Proença apresenta candidatura à Liga e revela: "Será o meu último mandato"
Atual presidente ocupa o cargo desde 2015. Elege sete grandes desafios para os próximos quatro anos.
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Pedro Proença apresentou esta quinta-feira a candidatura à presidência da Liga para o quadriénio 2023/2027, num hotel da cidade do Porto. Sob o lema "Hora da Afirmação - Unanimidade por um Futebol Maior", o antigo árbitro falou sobre os objetivos para um terceiro mandato no cargo, que será, conforme revelou, o último.
"Da mesma forma que anuncio, hoje, que sou candidato, anuncio também que este será o meu último mandato na presidência da Liga Portugal", disse.
"É um projeto dos clubes, para os clubes, pelos clubes e por isso, em representação de todos, sou candidato. Pela primeira vez na história do futebol profissional um candidato a Presidente da Liga Portugal conseguiu reunir todas as subscrições das Sociedades Desportivas. É algo que, não escondo, me enche de orgulho, mas de enorme responsabilidade. Mas deixem-me que vos diga que não há espaço nem margem para vaidade ou arrogância. Este apoio unânime dá-nos, antes, um maior sentido de responsabilidade para fazer ainda melhor no próximo quadriénio", vincou.
"Sou candidato porque acredito que o projeto que iniciámos há oito anos nos levará ao destino que preconizámos. Ao longo dos últimos meses fui recebendo vários apelos por parte dos clubes do futebol profissional para que desse continuidade ao trabalho já desenvolvido. Reconheço que todos esses apelos me sensibilizaram. Não escondo que perceber, em público ou em privado, como todos me desafiaram para continuar a liderar o futebol profissional me fez ter consciência de que o nosso ciclo ainda não terminou. E porque não sou homem de desistir a meio de um percurso ou de fugir dos desafios, decidi responder de forma positiva a esses apelos. Mas este período de reflexão e de introspeção demonstrou-me, também, que esta é muito mais do que a candidatura de Pedro Proença e da equipa que o acompanha. Esta é a candidatura de todo o futebol profissional. É a candidatura da unanimidade", disse.
Proença abordou os objetivos que pretende concretizar. "Neste quadriénio, um dos nossos principais objetivos será o de reformular os Estatutos da Liga Portugal e neles incluir o tema da limitação de mandatos. Porque nenhum poder, por mais escrutinado, bem-sucedido ou elogiado que seja, se deve eternizar. Temos, pois, quatro anos para acabar o que começámos. E é isso que faremos, sustentados num plano de ação que conduzirá o futebol profissional rumo ao futuro", indicou, enumerando "sete principais desafios": "O adepto como eixo central do espetáculo desportivo; a valorização e capacitação dos agentes desportivos; a valorização das competições; a Liga Portugal como agente central de crescimento do futebol profissional em Portugal; a internacionalização da marca Liga Portugal; a centralização dos direitos audiovisuais e diminuição dos custos de contexto do futebol profissional".
"A Liga é cada vez mais respeitada por todos os parceiros. Exportamos alguns dos melhores jogadores e treinadores mundiais, e assumimos o repto de consolidar a nossa notoriedade e liderar na discussão de matérias com real impacto na indústria", prosseguiu.
O líder e candidato disse ser "legítimo e vital aspirar à recuperação do sexto posto do ranking da UEFA para bem da sustentabilidade do futebol português" e abordou o grande desafio da centralização dos direitos audiovisuais, que irá avançar neste seu final mandato. "O futebol compete numa indústria de entretenimento, com múltiplas plataformas de acesso e difusão de conteúdos e tem de se adaptar a esta nova realidade e ir ao encontro daquelas que são as expectativas dos adeptos, direcionando todas as decisões que a indústria tem de tomar em função destes", apontou.
Nas 120 medidas que fazem parte do seu programa eleitoral, Pedro Proença defendeu, ainda, "preços mais atrativos nos bilhetes, com um fundamental do IVA", uma "luta para erradicar todos os comportamentos violentos dos recintos desportivos" e a insistência por "um enquadramento fiscal mais justo e competitivo".
O dirigente prometeu uma revisão dos regulamentos, nomeadamente no capítulo do "audiovisual e do controlo económico", considerando que "receitas provenientes desta nova realidade [centralização dos direitos] devem ser canalizadas para os verdadeiros fatores de competitividade, de forma regulada, controlada e monitorizada", concluiu.
Pedro Proença é o único candidato assumido para as eleições da Liga, que estão agendadas para 1 junho, a partir das 14h30, na sede do organismo, no Porto.
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