Extremo foi para o banco dois jogos seguidos. Amorim inverte estratégia. Antes de ser contratado, jogador teve garantias do treinador. Depois de lhe ter dado confiança, Amorim espicaça-o para melhorar e voltar ao onze. É o menos influente do ataque mais utilizado.
Corpo do artigo
Francisco Trincão foi ao banco pelo segundo jogo consecutivo, um cenário inédito até aqui no Sporting. Suplente utilizado, o extremo entrou já com o 3-0 estabelecido frente ao V. Guimarães, mas não foi influente.
Esta é uma inversão da estratégia levada a cabo por Rúben Amorim com o jogador. Como ficou conversado antes de se firmar a mudança do Barcelona para Lisboa, a intenção do atleta era voltar a ter preponderância e o treinador deu-lhe sempre confiança e a titularidade nos primeiros 11 jogos da temporada. Trincão ganhou ritmo competitivo, mostrou ser capaz de completar jogos a bom nível físico, mas tem falhado nas tomadas de decisão. Esta evolução no capítulo do passe está a ter avanços e recuos e o atacante tem acumulado perdas de bola, denotando alguma ansiedade.
É por isso, sabe O JOGO, que a equipa técnica tenta agora resguardá-lo: tanto para poupá-lo fisicamente como para lhe retirar o peso de ter de ser decisivo. Obviamente que Trincão irá voltar ao onze muitas vezes, porém tem-lhe sido pedido maior acerto nas ações ofensivas e que consiga dar sequência aos dribles que realiza.
Sabe O JOGO que esse é um parâmetro que está na ordem dos trabalhos para esta pausa para as seleções, porque, mesmo estando na lista de 55 pré-selecionados para o Catar, Trincão tem noção de que o seu rendimento não o torna provável no elenco final de Fernando Santos.
Em comparação direta com os jogadores mais utilizados no ataque, o reforço sonante para esta temporada marcou, até aqui, quatro vezes: o golaço feito ao Marselha, antes da queda coletiva em França, e o bis diante do Portimonense foram os destaques da época. Aos quatro tentos, junta uma assistência, somando então cinco participações em golos, apesar dos 16 jogos a titular e dos 1335 minutos em campo. Precisa, portanto, de 267 minutos para criar um golo.
Pedro Gonçalves tem mais minutos, é certo, mas alguns destes foram feitos como médio-centro. Ainda assim, tem maior influência nos golos da equipa: 147 minutos por assistência ou golo. Edwards, com menos minutos do que os dois, esteve em 12 golos, sete deles marcados: é influente num festejo a cada 98 minutos.
Apesar de Trincão estar neste momento a ser preterido, a estratégia de Rúben Amorim é semelhante a outros momentos. Também Edwards, mesmo em bom momento, passou pelo banco, e o próprio Pedro Gonçalves, indiscutível desde que chegou em 2020, foi suplente contra o Varzim depois de ser expulso, por protestos, com o Marselha. A todos, o treinador pede boas decisões no passe e na finta, compromisso a defender. Entre portas, tem-lhes dito que necessitam de mostrar maior regularidade no rendimento. A SAD acredita que Trincão valerá o investimento de 10 M€.