Presidente do Senhora da Hora: "Fiquei muito chocado ao ver o árbitro chorar..."
O São Félix da Marinha-Senhora da Hora foi suspenso depois de Baresi, jogador dos matosinhenses, agredir o árbitro André Gomes. Vasco Carvalho, líder dos visitantes, nem queria acreditar
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No passado domingo, a partida entre São Félix da Marinha e Senhora da Hora, da I Divisão da AF Porto, foi suspensa depois de uma agressão do defesa matosinhense Baresi ao árbitro André Gomes. O episódio aconteceu na reta final do jogo, quando ainda estava empatado (0-0), e acabou por não ser retomado. O jogador, 36 anos, foi detido e ouvido, ontem, em tribunal. Já o árbitro foi transportado para o hospital, onde fez alguns exames.
O presidente do Senhora da Hora, Vasco Carvalho, mostrou-se incrédulo com o sucedido. "O atleta já pediu desculpa, está muito arrependido do que fez, mas o que certo é que não pode continuar no clube. Não nos revemos nesse tipo de atitude", contou o dirigente a O JOGO.
"Fiquei muito chocado ao ver o árbitro chorar, porque é uma humilhação que ninguém merece, sobretudo quem está a começar e tem o sonho de ser um árbitro de outro nível. Foi inesperado, espero que ele fique bem rapidamente", acrescentou.
Vasco Carvalho frisou que após a agressão, e ainda no campo, falou com o árbitro. "Disse-lhe que ele não merecia aquilo e que não desanimasse, porque o futebol precisa de pessoas com coragem", revelou o dirigente, que tem estado em contacto com André Gomes para se inteirar do seu estado de saúde.
Já Luciano Gonçalves, presidente da APAF, garantiu que haverá "uma queixa civil contra o atleta para que seja punido desportivamente e nos tribunais", relatando ainda o momento da agressão. "O árbitro foi agredido com um soco na cara, estava de costas e apanhou-lhe a zona do ouvido. Estava aflito com dores", descreveu. "Infelizmente continuam a existir estes exemplos que em nada favorecem o desporto", lamentou.
AF Porto repudia agressão
Para José Manuel Neves, presidente da AF Porto, estes episódios são "lamentáveis". "Por mais formação que se dê, seja a atletas, árbitros ou dirigentes, ainda acontecem casos destes. Estamos a acompanhar aquilo que nos compete, que é o estado de saúde do árbitro. O resto, à justiça o que é da justiça. A AF Porto acompanha, mas não interfere", expôs.