Declarações de Bernardo Ayala, presidente da Mesa da Assembleia Geral da SAD do Sporting, após os sócios do clube terem aprovado um novo empréstimo obrigacionista de 50 M€, a ser lançado até ao final do ano, e a consumação da operação dos VMOC recomprados em dezembro ao Novo Banco
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Resultados: “A assembleia-geral correu muito bem. Tínhamos três pontos nesta reunião, dois foram aprovados por larga maioria e o terceiro também foi aprovado com 99,8 dos votos, por isso foi um sucesso. O debate foi um bocado mais curto por serem três assembleias-gerais condensadas numa, mas correu tudo dentro do padrão habitual”.
Com a reconversão das VMOC, o clube fica com 88 por cento do capital da SAD: “Ainda há formalidades a serem cumpridas a curto prazo, dentro da própria semana, mas sim, o clube ficará detentor dessa maioria”.
Essa percentagem pode facilitar a entrada de um acionista estrangeiro no futuro? Já se falou sobre o interesse do Chelsea... “Isso não foi discutido nem fez parte dos trabalhos de hoje, nem houve uma pergunta sobre isso. Obviamente que há um conjunto de coisas que podem ser feitas com mais facilidade com estes 88 por cento, passa a haver uma margem de utilização de todo esse capital sem que o clube perca o controlo da SAD. Isto permite muita coisa, mas isso não fez parte da ordem de trabalhos e veremos os próximos passos a tomar”.
Novo empréstimo obrigacionista vai permitir ao clube segurar as pérolas da equipa de futebol? “Não servirá para esse propósito em princípio. São 50 milhões para gestão corrente da SAD, no fundo para termos alguma tranquilidade na gestão corrente, não se trata de usar esse valor em contratações”.
Que perguntas foram efetuadas na reunião? “Houve perguntas e respostas sobre a antecipação do prazo de reconversão das VMOC, não sobre o empréstimo obrigacionista, e nenhuma sobre a filosofia dessa operação, apenas sobre detalhes. Parece que é uma operação tranquila”.
No lançamento desta reunião, Frederico Varandas disse que era uma das mais importantes da história do Sporting. Porque é que a reconversão das VMOCS é tão importante? “Por duas razões essenciais, a primeira é porque a aquisição permite que o Sporting fique liberto de dívidas a bancos, o que é uma bênção, não só porque isso envolve responsabilidade, mas porque o acordo com os bancos criava muitas limitações de gestão das receitas ao Sporting. Isto permite retirar dois bancos grandes do universo de credores do Sporting, o que nos dá uma agilidade de gestão que não se tinha. Depois, é um passo necessário para o Sporting ficar com 88 por cento do capital da SAD. As duas razões cruzam-se porque abre-se um novo horizonte na busca de um parceiro estratégico. É um momento positivo e um passo essencial”.
Nos últimos anos, viu-se um Sporting com dificuldades no mercado. Essa agilidade pode levar a um investimento maior no futebol? “A resposta é sim, mas sou apenas presidente da MAG, não me compete a mim tomar essas decisões. Eu verifico que há muito maior conforto financeiro hoje em dia e isso permite fazermos no futuro coisas que estavam fora do alcance, desde uma gestão com menos pressão até outro tipo de investimentos no estádio. Não temos ilusões e não há clubes desafogados em Portugal, mas os passos que se deram nestas negociações permitem-nos um conforto relevante”.
Confirma a ausência da Holdimo na assembleia-geral? “Estiveram presentes 13 acionistas, incluindo o maioritário. A Holdimo não esteve presente nem tem de dar justificações sobre isso”.