Números não enganam: camisola 28 marca e assiste bem mais a jogar na dianteira. Até em jogos em que começa a médio o efeito surpresa tem resultado: por três ocasiões festejou golos após subir no terreno. Amorim aplaude evolução no meio, mas pede melhor posicionamento.
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Pedro Gonçalves tem sido uma peça imprescindível na manobra de Rúben Amorim, jogando em todas as posições do ataque, maioritariamente no lado esquerdo, mas também no meio-campo. Ainda que o rendimento como centrocampista, sabe O JOGO, tenha vindo a agradar mais nos últimos tempos, é inequívoco que com o camisola 28 na frente o Sporting ganha golos.
Até aqui, o natural de Vidago soma 14 golos na temporada, seis destes obtidos de penálti. Contabilizando os oito marcados de bola corrida, sete tentos foram obtidos jogando no ataque: Braga (1), Rio Ave (2), Portimonense (1), Gil Vicente (1), Vizela (1) e Chaves (1), todos para a Liga Bwin. O remanescente aconteceu quando alinhava como médio centro na vitória contra o Farense na Taça da Liga.
A influência na manobra ofensiva é clara através das sete assistências que leva na temporada e jogar no ataque é-lhe favorável: assistiu seis vezes jogando na posição de avançado descaído para o lado esquerdo: Estoril (2), Portimonense (1), Tottenham (1), Arouca (1), Braga (1). Diante dos arsenalistas, na 18.ª jornada do campeonato, o criativo conseguiu a única assistência como médio, somando-a à que obteve a jogar no ataque.
Pedro Gonçalves foi claro após o jogo em Chaves. "Tento fazer o que o míster me pede, dou tudo de mim nos treinos e jogos", disse após a vitória por 3-2, vincando a disponibilidade para alinhar como médio, posição que conheceu durante a formação e também no Famalicão, mas aí com dois colegas ao lado. O certo é que, em Chaves, marcou imediatamente depois de passar a jogar na frente e esse efeito surpresa foi também conseguido diante de Portimonense e Vizela: mal subiu no terreno fez golo, retirando dividendos no lugar onde tem mais rotinas e onde tem mostrado mais confiança para atirar à baliza e aparecer na área.
A adaptação de Pote na posição 8 foi apressada em setembro pela venda de Matheus Nunes para o Wolverhampton em cima do fecho do mercado e o jogador tem sido o substituto primordial de Morita, japonês que ainda não debelou completamente uma lesão antiga nos gémeos. A compreensão do jogo de Pedro Gonçalves e a rotina com Amorim desde 2020/21 têm colocado o ex-Famalicão na linha da frente sempre que Morita não está, aproveitando o facto de Mateus Fernandes ainda precisar de entender melhor o jogo e de Alexandropoulos, médio contratado ao Panathinaikos, nunca ter convencido, estando até na equipa B para evoluir taticamente. Recebendo indicações diárias do treinador, é no posicionamento defensivo que Amorim ainda sente que Pote pode crescer.
Melhor época ainda em jogo
Pedro Gonçalves obteve em Chaves o seu segundo bis da temporada e ainda acredita poder bater os números das últimas épocas. Na primeira pelo Sporting, foi o melhor marcador da Liga com 23 golos, somando três assistências. Em 2021/22, mesmo com mais quatro jogos, marcou menos oito golos (15), mas assistiu 11 vezes, ou seja participando no mesmo número de golos da época anterior. Este ano já foi influente, de forma direta, em 21 golos, estando a cinco apenas dos pecúlios anteriores. Apesar de ter uma média inferior em golos por jogo, soma 14 tentos e pode sonhar superar a marca de 2020/21. Leva 12 na Liga, estando apenas atrás de Gonçalo Ramos, do Benfica, na lista de artilheiros.
Como facilmente se percebe é no ataque que Pedro Gonçalves faz toda a diferença. O jogador contratado pelo Sporting ao Famalicão, marcou sete dos catorze golos atuando como atacante. Como médio, apontou apenas um golo. Seis foram marcados de penálti.