"Por vezes estou a passear e pedem-me para tirar fotos... sou uma pessoa um pouco tímida"

A afirmação de Salvador Blopa no Sporting trouxe, naturalmente, outra atenção mediática, à qual o jovem de 18 anos não estava habituado. Ainda assim, o extremo garantiu que não se deixa afetar pela fama: "Por vezes estou a passear e pedem-me para tirar fotos, sou uma pessoa um pouco tímida, mas, sempre que me pedirem para tirar uma foto, eu tiro, com todo o gosto. As pessoas que me acompanham, o Jorge Martins, que foi o meu primeiro treinador, o Alfredo, que é um dos meus melhores amigos, e o Geovany [Quenda] ajudam-me a manter os pés bem assentes no chão. No entanto, também sou uma pessoa muito realista, sei onde estou, e até onde posso ir. Não sei se já sou, mas gostaria de ser uma referência para muitas pessoas, e trabalho para que as pessoas consigam seguir algumas pegadas minhas."

Leia também Jogo do Orgulho LGBTQ+ no Mundial'2026: Egito protesta e FIFA em silêncio

"Impressionei-me com o Trincão"

Rui Borges tem chamado Blopa regularmente aos treinos e jogos da equipa A. Nos primeiros passos entre os "grandes", o extremo confessou que Francisco Trincão foi o colega que mais o impressionou, "pela qualidade técnica", e que Quenda "deu um salto" quando passou para a equipa A.

Geny Catamo é uma referência para Blopa a nível interno, e foi importante na transição do jovem de 18 anos para o conjunto principal: "Passou-me confiança, disse-me para estar com a cabeça tranquila, sem nervosismo."

O ala-direito ficou, também, impressionado com a qualidade dos reforços Suárez e Ioannidis, para a frente do ataque: "A sensação é que um deles, por jogo, vai fazer um golo. No último jogo [Santa Clara] até marcaram os dois. São avançados espetaculares, comunicam muito, gostam muito de passar confiança a jogadores jovens como eu, é muito bom jogar com eles."

Salvador Blopa explicou, ainda, a forma como a sua forte amizade com Geovany Quenda surgiu, e vincou a sua crença de que o extremo canhoto vai afirmar-se no Chelsea: "Conheço o Quenda desde 2019, quando ele chegou, é o meu melhor amigo na equipa. Vou sentir muitas saudades. Ele foi um amigo que me marcou, porque desde que eu cheguei aqui, ele sempre foi o primeiro a preocupar-se comigo, a ver se eu estava bem, se eu precisava de alguma coisa. Eu torço por ele, tal como todos nós. Acho que ele vai dar certo lá, e vai surpreender muita gente."

A nível internacional, o extremo apontou Cristiano Ronaldo (o seu ídolo), Kolo Muani, Nuno Mendes e Rafael Leão como referências, mas garantiu que quer "traçar o seu próprio caminho".

Anime, mancarra e passeios

Reservado e calmo por natureza, Salvador Blopa ocupa grande parte do seu tempo a ver séries de anime [animação japonesa]: "O primeiro que vi, e que foi o mais marcante, foi o Naruto. Também vejo One Piece, Solo Leveling, Attack on Titan". O extremo de 18 anos contou que criou o seu "próprio jutsu [gesto de mãos para invocar poder]" para celebrar o primeiro golo que marcou, frente ao Alverca, na Taça da Liga. O camisola 70 revelou, ainda, que o seu prato preferido é o caldo de mancarra [prato guineense] que a sua mãe faz, e que tem interesse em experimentar ramen [prato japonês]. Fora do campo, Salvador Blopa gosta de "passear no Cascaishopping, no Colombo, ou no Parque da Liberdade".