Polícias criticam Governo e visam Liga: "Exige-se um comportamento prudente, evitando discursos inflamados"
Comunicado da Plataforma dos Sindicatos da PSP e Associações da GNR em face do adiamento do Famalicão-Sporting en face da falta de policiamento
Corpo do artigo
A falta de agentes da PSP para supervisionar o Famalicão-Sporting, que devia ter-se realizado este sábado, levou a Liga - e também o presidente do organismo, Pedro Proença - a repudiar os incidentes ocorridos no exterior do Estádio Municipal de Famalicão o adiamento do jogo, com a Liga a exigir "ao Governo, em especial ao ministro da Administração Interna, a instauração de um processo de inquérito com caráter de urgência, de forma a apurar responsabilidades pelo sucedido, em defesa dos adeptos e das famílias".
Uma posição que teve resposta por parte da Plataforma dos Sindicatos da PSP e Associações da GNR, que acusa a Liga de discurso inflamado.
Comunicado
"Hoje o jogo de futebol da Liga Portugal Betclic, entre o Famalicão e o Sporting Clube de Portugal foi adiado por falta de policiamento. Algumas diligências no âmbito da “Operação Pretoriano” foram igualmente canceladas.
Após manifestações com milhares de polícias e vigílias diárias em vários pontos do país, dentro de um elevadíssimo padrão ético, o silêncio imperou, mas, quando não se realizou um jogo de futebol por motivos de saúde, o Governo pronunciou-se. Acusar os polícias de “insubordinação gravíssima” parece-nos uma afirmação pouco refletida ao abrigo da Lei, envolvendo também o rigor médico. Sr.s Governantes, “os nossos polícias chegaram ao limite”.
O Comunicado da Liga Portugal informa que o jogo foi cancelado “pelo facto de os agentes destacados para o policiamento do jogo, não terem comparecido no estádio. (…) A Liga Portugal exige ao Governo, (…) a instauração de um processo de inquérito com caráter de urgência”. Ora, a Plataforma recorda que estas situações de ausência estão ou serão devidamente atestadas por profissionais de saúde, não devendo um organismo de futebol pronunciar-se relativamente a
questões de saúde.
Relativamente aos incidentes ocorridos no exterior do estádio, a Plataforma, constituída por especialistas de segurança, informa que a presença de polícias, infelizmente não garante a inexistência destas situações, lamentavelmente própria deste tipo de espectáculos, independente da maior ou menor presença policial. No passado, na abordagem desta temática com a tutela, vários foram os avisos dos Sindicatos da PSP e Associações da GNR.
À Liga Portuguesa exige-se um comportamento prudente, que respeite o quadro legal, evitando discursos inflamados, capazes de colocar em causa os profissionais de Saúde e os próprios Polícias. Deve a Liga Portuguesa estar ciente que o Futebol não está acima da legalidade ou de
outros constrangimentos. A Liga e outras entidades com responsabilidade devem abster-se de fazer comentários que demonstram um total desconhecimento sobre a dimensão do problema.