Alex Bunbury, o fantástico antigo avançado do Marítimo, fala do investimento feito no clube madeirense e aponta a infraestruturas de topo e sinergias pelo turismo
Corpo do artigo
Lenda canadiana e também do futebol maritimista, Alex Bunbury é, agora, aos 57 anos, o investidor que procura alavancar o Portosantense, que milita na distrital da AF Madeira. O antigo ponta-de-lança, ainda hoje detentor do melhor registo de golos do Marítimo no escalão máximo, tentou há um ano associar-se aos verde-rubros com um plano de financiamento de perto de 20 milhões com apoio de um milionário queniano, que renderia 40 por cento da SAD, tendo essa investida sido travada mais tarde pelo clube. Se ficou para trás a ligação ao emblema histórico da Madeira, Alex Bunbury mantém a sua ligação pela pérola do Atlântico, tentando dinamizar e alavancar o emblema de Porto Santo. Chamado para treinador uma grande figura do Nacional: Robert.
"É um grande desafio, com certeza! Tivemos de o fazer e ainda estamos a limpar coisas do passado a nível financeiro. Reunimos uma boa equipa técnica (Robert Silva e Cláudio Dias), uma equipa médica, um bom consultor financeiro, uma boa equipa de marketing e comunicação. Temos uma casa fantástica em Porto Santo para os treinos de pré-época e reunimos um plantel muito forte", avisa o antigo craque canadiano, explicando os contornos da operação que o faz estar na tutela da SAD do Portosantense. "Sou dono de 90% da SAD... por isso, tomo todas as decisões futebolísticas. A minha primeira prioridade foi contratar um treinador muito experiente e competente. Depois um bom treinador adjunto, sendo Cláudio Dias, ex-jogador do Portosantense. A partir daí analisamos que estilo ou sistema devemos utilizar para irmos em busca dos jogadores que precisamos. Queremos trazer jogadores que possam jogar neste sistema. A manutenção do capitão Marcelo Benia foi muito importante", valoriza.
"Adicionámos jogadores com ótimo perfil ofensivo e outros disciplinados defensivamente. Tenho um plano a cinco anos para trazer o Portosantense para a segunda divisão", admite, expondo o plano de ação e trabalho. "O meu investimento baseia-se no desenvolvimento dos jovens, através de uma academia que vai dos 7 aos 19 anos. O escalão 7-9 será o nosso programa inicial, apenas jogo e divertimento sem treino, dos sub-11 aos sub-19, tudo será estruturado e focado no brilho individual, não no brilho da equipa, no brilho individual, porque a nossa ideia é que o desempenho da equipa surja depois de termos bons executantes em todas as posições. Este será o nosso sistema de alimentação para a nossa equipa sénior", atira, alinhavando outros propósitos que estão na manga.
"No meu plano de cinco anos vamos construir um novo estádio, fazer instalações de treino de última geração, adicionar oito campos, dois de relva sintética e seis de relva natural. Desenvolvendo os jovens e fazendo serviço comunitário", reflete Alex, bem esperançado para a época que só começa a meio de outubro. "Faltam menos de três semanas para a abertura da época e acredito que reunimos um plantel muito competitivo e com grandes expectativas. Estou aberto a parcerias mas apenas alinhadas com a minha visão de desenvolvimento juvenil e serviço comunitário. Estou empenhado nisto para o futuro, não para o sucesso imediato. É passo a passo num período de cinco anos", vinca Alex Bunbury, ciente que o Portosantense tem matéria humana e física para dar que falar.
"O potencial de crescimento do clube é enorme... principalmente pela incrível beleza e clima do Porto Santo. Já para não falar que seremos os únicos a promover espetáculo na Ilha, sem concorrência. Temos de ser transparentes, profissionais e termos uma atitude vencedora com grande liderança", destaca o canadiano, homem-golo do Marítimo entre 1993 e 1999.
"Ao Marítimo nunca direi nunca..."
O antigo avançado fala sem desassombro do seu histórico empresarial. "O desenvolvimento juvenil e a faceta de consultor desportivo é o que tenho feito há mais de três décadas... Desenvolvi muitos jogadores da minha academia em Minnesota, muitos passaram da faculdade para divisões profissionais como os meus dois filhos, Teal e Mataeo Bunbury. A minha paixão reside nisso, juntamente com a minha carreira profissional e os contactos adjacentes. É isso que nos permitirá crescer e melhorar a nossa missão. Um dia de cada vez", afiança Alex, ampliando a leitura do seu investimento e manual de intenções, que satisfaçam o meio envolvente.
"O meu plano criará empregos bem remunerados para os residentes locais, o meu objetivo passa por criar mais de 200 empregos neste ciclo de cinco anos. Devemos causar sustentabilidade, impacto regional, nacional e global com este projeto", regista, sem esquecer o manto verde-rubro.
"O Marítimo faz parte de mim e fará sempre parte de mim até ao dia da minha morte! Este clube e os seus fantásticos adeptos deram-me a oportunidade de ter um nome mundial no início dos anos 90, quando não se encontravam muitos jogadores de futebol da América do Norte a jogar a alto nível na Europa", recorda, apagando qualquer mágoa pelo investimento que planeava não ter chegado a bom porto. "É pena que não tenha resultado mas uma pessoa muito sábia disse-me “As coisas acontecem por uma razão!" Isso veio da minha mãe. Quero sempre ver o Marítimo a ter sucesso e nunca irei dizer nunca!"