O rendimento do 21 nas últimas quatro partidas, onde foi sempre substituído quando Bruno Lage procurava a vitória, revela colapso nos principais indicadores de ataque.
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Depois de um arranque de temporada exuberante, onde assinou oito golos e três assistências nas primeiras seis partidas pelo Benfica, Pizzi é neste momento a face mais notória de uma fase cinzenta da equipa de Bruno Lage.
Nas derradeiras partidas, o extremo não acertou um único passe em profundidade, tendo tido um decréscimo na eficácia de passes para o último terço do campo e em dribles bem sucedidos
O rendimento do extremo, umas das principais figuras da equipa nas últimas épocas, caiu a pique nas partidas com Zenit e Leipzig, para a Liga dos Campeões, e V. Setúbal e Moreirense, para a I Liga, tendo o camisola 21 das águias revelado aí um preocupante e decisivo sub-rendimento nos itens ofensivos mais relevantes, entre eles passes certos, dribles e, até, quantidade de remates.
E, olhando para os números, O JOGO explica, em boa parte, as razões objetivas porque Pizzi foi substituído nas últimas quatro partidas e sempre em situações onde o Benfica não estava em vantagem e nas quais Bruno Lage tirou o criador para tentar ganhar.
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É na qualidade do passe que Pizzi revela uma grande quebra nas quatro últimas partidas, com reflexos notórios no desempenho da equipa. Nestes jogos, com um saldo de duas derrotas (Zenit e Leipzig) e dois triunfos pela margem mínima (V. Setúbal e Moreirense), o extremo não acertou um passe em profundidade, enquanto que, em passes para o último terço do terreno, só teve uma eficácia de 41,5 por cento, contra os 68,8 por cento conseguidos nas suas seis partidas inicias da época. Decréscimo brutal vê-se, também, nos dribles, onde Pizzi piorou a sua eficácia em 67,9 por cento, assim como no que respeita a assistências para colegas poderem tentar o remate: de 3,2 por jogo o internacional português caiu para 1,5. E não fez uma única assistência com golo, contra as três nos seis jogos iniciais.
Opções: o Benfica, segundo explica Vítor Paneira, não pode depender tanto de apenas um jogador
A equipa de Bruno Lage ressente-se, assim, do apagamento do protagonismo de Pizzi na linha do terreno onde se decidem os jogos, mas também o maior cinzentismo de outros colegas do extremo e do coletivo acaba por prejudicar um dos pilares do futebol encarnado.
"O Benfica não pode depender só de um jogador e Pizzi costuma fazer toda a diferença. Ele não está bem, mas não é só ele, é toda a equipa que também não está bem e isso reflete-se no jogador", aponta Vítor Paneira, técnico e antigo extremo das águias, ele que jogou muitos anos na Luz como joga o Benfica agora, em 4x4x2. Vendo nas substituições de Pizzi quando as coisas estão a correr mal "uma coincidência", Paneira explica o menor rendimento do atleta:
"O Benfica perde rasgo quando os adversários limitam Pizzi, Gabriel e Taarabt"
"Os adversários percebem que, quando condicionam o Benfica na primeira fase de construção, limitando Pizzi, Gabriel ou Taarabt, a equipa perde poder de rasgo e imprevisibilidade. E nesta altura Pizzi tem tido mais dificuldades pela direita pois André Almeida, com quem tem entendimento total, também tem estado lesionado."