Antigo presidente do FC Porto será inquirido em janeiro, em declarações para memória futura, adianta o Jornal de Notícias
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Jorge Nuno Pinto da Costa, antigo presidente do FC Porto, será inquirido a 10 de janeiro, em declarações para memória futura, no âmbito da Operação Pretoriano, revela, esta sexta-feira, o Jornal de Notícias.
Cristina Carvalho, advogada de Fernando Saul, um dos arguidos neste caso, tinha pedido à juíza de instrução criminal, Filipa Azevedo, para que o ex-líder do clube azul e branco fosse ouvido com urgência, devido à idade avançado do mesmo.
"Considerando a avançada idade da testemunha comprovada através da junção de certidão do respetivo assento de nascimento, integrando a categoria de testemunha especialmente vulnerável, defere-se ao requerido, pelo que se determina que sejam tomadas declarações para memória futura à testemunha Jorge Nuno Lima Pinto da Costa", pode ler-se no despacho a que o JN teve acesso.
Na diligência poderão estar presentes os arguidos e respetivos advogados, não sendo permitido o acesso à comunicação social.
Depois de lida a decisão instrutória da Operação Pretoriano, que leva todos os arguidos a julgamento, no dia 5 de dezembro, recorde-se, Cristina Carvalho disse que Pinto da Costa é uma "testemunha fulcral".
A acusação do MP dá conta de uma eventual tentativa de os Super Dragões "criarem um clima de intimidação e medo" numa Assembleia Geral do FC Porto para que fosse aprovada uma revisão estatutária "do interesse da direção" do clube, então liderada por Pinto da Costa.
Fernando Madureira é o único arguido em prisão preventiva, enquanto os restantes foram sendo libertados em diferentes fases, incluindo Sandra Madureira, mulher do antigo líder da claque, Fernando Saul, Vítor Catão ou Hugo Carneiro, igualmente com ligações aos Super Dragões.
Em causa estão 19 crimes de coação e ameaça agravada, sete de ofensa à integridade física no âmbito de espetáculo desportivo, um de instigação pública a um crime, outro de arremesso de objetos ou produtos líquidos e ainda três de atentado à liberdade de informação.
Hugo Carneiro também está acusado de detenção de arma proibida, sendo que o MP requer penas acessórias de interdição de acesso a recintos desportivos entre um e cinco anos.