Na segunda parte do programa especial intitulado "Os Homens do Presidente", do Porto Canal, Pinto da Costa recordou a ida de Fernando Santos para o FC Porto.
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A "descoberta" de Sérgio Conceição: "Eu gostava de ter um treinador durante 20 anos, era bom sinal, porque teria ganho 15 desses 20. [risos]. Eu apreciei que o Sérgio Conceição daria treinador quando ele assumiu o comando do Olhanense. Eu não conheço nenhum clube que fosse tão difícil de trabalhar, que tivesse tantos problemas, mas porque conheço o Conceição, que tinha 16 anos quando veio para o FC Porto. Vejo-o quase como um familiar, sempre gostei muito dele. E comecei a acompanhar o trabalho dele. Falava com o presidente do Olhanense, que me dizia maravilhas. Dizia-me: 'Nós não temos nada, mas este treinador consegue segurar-nos.' Acompanhei a carreira dele também no Braga, que faz um trabalho fantástico, perde uma Taça de Portugal a três ou quatro minutos do final por causa do erro de um defesa. Não é culpa do treinador... E no próprio V. Guimarães."
Contratação de Sérgio Conceição: "Falta falar num pequeno hiato, que é quando Lopetegui vai embora. Eu entendia nessa altura que o Sérgio Conceição era o treinador indicado. Ele estava no Vitória e senti da parte de quem comandava comigo o futebol e a SAD, que não acreditavam no que eu acreditava. Como era uma período de transição, para não criar guerras com o Vitória de Guimarães, fomos buscar o José Peseiro. Uma transição para esquecer, mas nunca deixei de ter o Sérgio como prioridade. No dia 27 de maio, em que comemorámos os 30 anos da Taça dos Campeões Europeus, eu soube que o Sérgio estava em Portugal. Ele estava na Mealhada e pedi-lhe para vir falar comigo. Eu estava com o Luciano D'Onofrio, falámos e perguntei-lhe se seria possível libertá-lo, numa altura em que estava no Nantes, se o clube o libertaria, porque gostava muito que ele viesse. Nesse dia, o Sérgio veio ter comigo e, no meu gabinete, vimos as possibilidades, ele percebeu que era a minha aposta e a confiança que tinha da minha parte. Logo se entusiasmou e disse: 'Eu vou ser treinador do FC Porto.' Apertámos a mão e disse: 'És treinador do FC Porto, tens de te libertar do Nantes.' Foi um filme, que felizmente acabou bem. Tivemos de ceder uns jogadores para que o libertassem e, a partir daí, é conhecido o seu percurso. É o treinador que considero mais parecido com o espírito de Pedroto."
Relação com o treinador: "Estamos identificados nos objetivos, nas dificuldades, nos inimigos e num princípio de que é até morrer."
Um balanço das contratações dos treinadores: "Acho que faria tudo igual, porque na altura tinha a convicção de que ia dar certo. E alguns não resultaram porque aconteceram coisas que não eram de prever. E vendo este painel, até me orgulho e penso: 'Como é que acertei tanto?' Mas tenho de dizer, olhar para o painel também me faz sentir um orgulho e saudade enormes, ao olhar para Ivic, Pedroto e os que já não estão connosco. Mas uma coisa é certa: estes homens estarão sempre na história do FC Porto, com H muito grande. O passado é bonito de lembrar, de visitar no estádio, mas temos de olhar é para o que podemos fazer no futuro, para que sejamos dignos do trabalho destes homens."
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