Pinto da Costa: "Recandidatura? Quando vi na apresentação de outro candidato..."
Declarações de Pinto da Costa, candidato à presidência do FC Porto, numa ação de campanha, esta quinta-feira, na Escola Secundária de Vila Verde. O presidente dos azuis e brancos esteve acompanhado por João Rafael Koehler e Vítor Baía
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Agradecimento: “As minhas primeiras palavras têm de ser de enorme agradecimento pela vossa receção. Ainda estava no carro e vi uma coisa que nos deve nortear a todos. Estava alguém com um cartaz a dizer: 'O FC Porto acima de tudo'. É uma grande emoção estar aqui, porque sei que há uns anos esteve aqui o meu irmão, professor Pinto da Costa, a dar uma aula e sei o quanto gostava fazer isso. Só vinha a sítios que realmente lhe diziam alguma coisa. Fico muito feliz por poder estar no lugar onde ele esteve.”
Recandidatura: “Porque é que me recandidatei? Se sou o presidente mais titulado do mundo, se o FC Porto venceu perto de 2600 títulos nos meus mandatos, sete deles internacionais, porque é que me candidatei? A minha família achava que não o devia fazer. Admiti que podia não o fazer. Mas quando vi, na apresentação de outro candidato, as pessoas que estavam na primeira fila, pensei assim: 'Isto é uma OPA ao FC Porto'. Quando vi na primeira fila a pessoa que mais odeia o FC Porto, o senhor Joaquim Oliveira, com camarote em Alvalade, pensei e vi logo o que estava por trás dessa candidatura. Não sei se viram um documentário que fizeram sobre a minha vida. Foram ouvidas muitas pessoas, vi tantos elogios que cheguei a pensar que já tinha morrido. Curiosamente, dos maiores elogios foi o candidato Villas-Boas. Fê-lo espontaneamente nesse programa. Depois, na apresentação, disse que eu era o presidente dos presidentes, que merecia todas as mordomias, que ficava na história... A partir do momento em que me candidatei, já não servia de nada, tudo o que fiz foi mal feito. Não fizemos nada, 68 títulos não é nada, deviam ser 200... Tudo é criticado. As pessoas que estiveram sempre comigo sáo ofendidas, entram nas vidas pessoais com mentiras e a denegrir as pessoas. Vi e pensei que realmente tenho uma obrigação perante o FC Porto.”
Ainda sobre o porquê de se recandidatar? “Ao fim de 42 anos pensava que já tinha cumprido a minha missão. Mas quando vi quem estava por trás da candidatura... Não são os escolhidos para os cargos, esses são peões para o jogo. Quando vi quem estava por trás percebi que o meu destino ainda estava por cumprir. Percebi que sacrificando a minha vida pessoal e familiar, agora tenho três netinhos e pensei que ia usufruir deles, entendi que tenho compromisso com o meu destino de servir o FC Porto. Tenho uma equipa remodelada para este futuro. É necessário novo fôlego e entusiasmo. O FC Porto nasceu em 1893, mas será eterno. É uma grande corrida, uma grande maratona que se iniciou a 28 de setembro de 1893, mas que não terá fim. Durante essa corrida, vamos pegando no testemunho que o nosso antecessor nos entregou para levá-lo até ao próximo com o dever cumprido. Como entendi que não havia essas condições, remodelei ttoalmente a minha equipa. Da Direção ficam apenas o Vítor Baía, o Alípio Jorge, António Borges do andebol, Eurico Pinto do hóquei. Têm vencido muitas provas nas modalidades, estão a disputar o título e são uma garantia de que as modalidades vão continuar a ganhar. O resto da equipa foi totalmente remodelada. E tinha o objetivo da nossa Academia. É um orgulho para o FC Porto, vai ser um orgulho para o clube, era uma necessidade premete que o FC Porto tinha. Vamos ter uma academia com 10 campos, com um pavilhão para exercícios do futebol, um hotel que dá para 140 jovens, um restaurante que dá para servir 500 refeições em simultâneo... Várias coisas estão previstas. Obra fantástica do arquiteto que fez o nosso estádio e o nosso grande pavilhão. Não vos vou contar os entraves que nos têm sido postos para tentar que não levemos a obra a bom porto. Mas não interessa. A nossa determinação é tal que as máquinas estão lá a trabalhar. Foi interrompido duratne 24 horas, não se sabem bem porquê e vai ser uma realidade. O FC Porto tem de ser, nos jovens e nas crianças, que muitas vezes vão para outros lados porque têm melhores condições e isso não pode ser. Temos de ter equipas mais fortes no futebol. Tentam denegrir a nossa equipa, mas há jogadores da seleção do Brasil, de Portugal, da seleção argentina e dos sub-21 de Espanha. Se isto não é um bom plantel... Digam-me onde está. Mas queremos mais e melhor. Temos ambições que podem achar impossíveis, mas em 1982 pus no programa que íamos a uma final europeia. Acreditei e fomos. Perdemos em 1984, mas em 1987 fomos e ganhámos.”