Pinto da Costa, acompanhado por Vítor Baía, João Rafael Koehler e António Oliveira, está esta noite em Arrifana, para mais uma sessão de perguntas e respostas com adeptos e sócios do FC Porto
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Regresso a Santa Maria da Feira: “Hoje vi num jornal uma frase que me fez recuar 42 anos. Dizia assim: 'E foi aí que tudo começou”. E é verdade. Foi nesta região, em Santa Maria da Feira, que tudo começou. Em finais de 1981, o clube atravessava uma crise um bocado grave e um grupo de sócios convidou-me para fazer parte de uma Direção que viesse tomar conta do FC Porto. Disponibilizei-me para voltar ao meu lugar, que tinha exercido quatro anos antes, como diretor de futebol, e o meu candidato a presidente era desta terra, o Sr. Neca Couto, conhecido por todos, de quem eu tenho imensa saudade, porque era uma pessoa excecional. E quando chegou à altura de apresentarmos as listas, ele chamou-me para irmos almoçar a um restaurante, que creio que ainda existe, que era o Restaurante Atlântico, em Grijó, e disse-me: “'Ó Jorge, o clube precisa é da sua cabeça e da minha carteira”. E com esta frase curta, com todas as peripécias que se seguiram, porque não era essa a minha disponibilidade, fui eleito faz hoje 42 anos.”
Razões da candidatura e a academia: “Fui eleito pelo FC Porto, pelo povo, pelo chamado sócio anónimo, o que ama sinceramente e profundamente o FC Porto. Hoje, o que me faz ao fim deste tempo recandidatar, é exatamente por esses, que enchem a Avenida dos Aliados quando o FC Porto vence e choram quando o FC Porto perde. É por isso que estou aqui determinado, com um grupo completamente renovado, com o objetivo de servir o FC Porto. Temos ambições, queremos as modalidades desportivas mais fortes, o futebol mais forte e a academia seja uma realidade, porque era um desejo meu do mandato que está a terminar. Vamos tê-la, com 15 campos de futebol, com mini-estádio para duas mil pessoas, hotel com 140 meninos, onde podem estar a treinar ao mesmo tempo 500 jovens atletas e onde teremos um ginásio para a preparação e recuperação e espaço para fazer algo mais. Foi isso que nos determinou avançar, a defender o FC Porto, para que tanto trabalho que tivemos, tanto dinheiro já gasto, um projeto considerado fabuloso por toda a gente, da autoria do arquiteto Manuel Salgado, não fosse rasgado e deitado para o caixote do lixo. O FC Porto merece o melhor, merece esta academia que vamos fazer, que muitos tentaram boicotar, mas que será a garantia do futuro por podermos criar muitos atletas para vestir a camisola do FC Porto.”
Desejo de união: “Queremos unir a massa associativa. O sucesso destes 42 anos, em que vencemos 2566 títulos, foi que estiveram todos pelo FC Porto. Sabemos que neste momento é fácil dividir. Temos as televisões e os jornais de Lisboa, nem é preciso dizer quais, que diariamente tentam denegrir a nossa imagem, o nosso trabalho e até os nossos sucessos. Mas quando virem que não adiantou nada, vão ter de acalmar, porque terão de ter programas e vender jornais. A nossa determinação será imediatamente unir a massa associativa. Foi esse o sucesso do FC Porto em 42 anos. Os treinadores mudaram, os jogadores mudaram, as Direções mudaram e nós vencemos praticamente. Porquê? Porque estávamos todos unidos e todos unidos não há ninguém que nos vença. Por isso, temos de estar todos pelo Porto. Não é por mim ou por aquele, é todos pelo Porto. Tenho a certeza que irá acontecer, porque quando os que têm outros interesses virem que não conseguiram vir satisfazer o seu apetite voraz, vão ter que esperar, que se calar, que deixar que o FC Porto se una novamente e seja um clube de vitórias”.