Pinto da Costa: "O mais difícil na campanha foi quando vi pessoas a recorrer a insultos e mentiras"
Declarações de Pinto da Costa na entrevista ao Porto Canal, transmitida esta quinta-feira
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Aceita o resultado das eleições, seja qual for? "Claro. Como poderia não aceitar? São os sócios que decidem. Peço aos sócios que votem. Votem com consciência e não pensem no que fiz ou farei. Não se deixem influenciar por isso. Apenas pensem: observem os programas da CMTV. Leiam o Correio da Manhã, A Bola, o Record e vejam quem eles insultam e quem eles apoiam. Depois de verificar isso, que é muito fácil, pensem: esses órgãos querem que o FC Porto vença? Se acharem que sim, votem em André Villas-Boas. Se acharem que querem o nosso mal, votem em mim."
Ato eleitoral seguro? "Acredito que será absolutamente tranquilo, como foram todas as assembleias gerais, com exceção de uma. Quando são solicitados policiais, questiono as intenções dessas pessoas. O presidente da Mesa da Assembleia Geral tem mantido diálogo com todas as listas e toma decisões visando garantir que tudo funcione bem. Não há razão para receios. Todos poderão votar tranquilamente, sem aglomerações. A minha preocupação está na forma ilegal e anti-ética com que alguns encaram o ato. O candidato Luís André tem uma mensagem difundida por telefone, que muitos membros da minha lista já receberam. É a voz dele! Ele apela ao voto na sua lista no dia 27. Quando percebeu que isso era ilegal, teve a ousadia de dizer que não tinha nada a ver com isso... Então, tem sua voz a ser usada ilegalmente, utilizando dados pessoais dos sócios, e ainda diz que não tem responsabilidade? Outro exemplo é quando indivíduos nas redes sociais - e mostraram-me - agem como se fossem eleitores meus, fazendo apelos e dizendo que não basta apenas marcar a cruz, que é preciso escrever uma mensagem no boletim, o que tornaria o voto nulo. Eles fazem esse apelo como se fosse da nossa parte! Isso faz sentido para alguém? Eu apelo para que não escrevam nada. Votem em quem quiserem, marquem a cruz onde preferirem, mas não transformem o ato numa palhaçada."
O ato eleitoral mais difícil em 42 anos? "Não posso afirmar qual foi o mais difícil em termos de votação, pois não confio em sondagens. Basta observar o desempenho do Chega em relação aos resultados. Se eu fosse diretor das empresas de sondagens, demitiria todos eles, foi uma vergonha. O desafio mais difícil foi durante a campanha, quando vi pessoas a recorrer a insultos e mentiras. Quando um candidato afirma que a academia é uma mentira e espalha uma série de falsidades, isso magoa-me profundamente. Não é porque é o André Villas-Boas. Qualquer portista que dissesse isso me ofenderia, pois a academia é um sonho em que acredito e que está a torna-se realidade. Dizer que é utopia, uma série de mentiras... É incrível e mostra o quão baixo alguém pode descer durante uma campanha eleitoral. Ao longo dos anos, tive três adversários: José Fernando Rio, Martins Soares e Nuno Lobo. Todos eles conduziram suas campanhas com dignidade, sem recorrer a insultos ou ataques à minha família. Embora o Nuno Lobo seja meu adversário, ele é correto e frequentemente dialogamos. Esta campanha tem sido dolorosa ao ver pessoas a recorrer a insultos, e não desço a esse nível."
Nas redes sociais... "Para mim, as redes sociais não têm relevância. É onde os covardes se escondem para dizer o que desejam. Aqueles que usam as redes para atacar são covardes, e essa é a maior falha. Eu ignoro e desprezo, nem sequer respondo. Não quero ver. No entanto, os meios de comunicação social têm um grande impacto. Concedi entrevistas à SIC e ao Porto Canal. Recebi um convite da RTP para uma entrevista gravada, mas como sabe, eu falo sempre em direto. Disse que estava disponível 24 horas por dia, mas eles recusaram. Sabe porquê?"