Pinto da Costa: "Não viemos para vender o FC Porto a árabes ou a quem quer que seja"
Pinto da Costa no Auditório da Casa Municipal da Cultura de Seia, acompanhado pelos candidatos a vice-presidentes Vítor Baía, António Oliveira e João Koehler.
Corpo do artigo
A família e a recandidatura: "Quando vinha para aqui a minha filha enviou-me uma mensagem com uma imagem das minhas netinhas na piscina e a dizer: 'Podias estar aqui. Não achas que já deste muito ao Porto?' Respondi: 'Acho que não. Gostaria de estar aí, mas acho que não'. Ao fim de 42 anos de presidente, porquê continuar se ouço todos os dias e vejo no estrangeiro constantemente reconhecerem o mérito das minhas gerências e o facto de ser o presidente mais titulado do mundo? Pensei muitas vezes, estive quase a anunciar que não me recanditaria. Tive esperança, quando soube que ia ter mais do que um candidato, que pudesse ter chegado a hora de descansar, acompanhar o FC Porto com amor e paixão, mas com responsabilidades. Mas quando comecei a ver as pessoas que rodeavam o candidato Villas-Boas, parei no tempo para passar. Como posso ver, numa apresentação da candidatura, na primeira fila, os inimigos do FC Porto? Como posso compreender que o senhor Joaquim oliveira, que me faz guerra desde que perdeu os diretos televisivos, quando vejo apresentar jogadores que representaram a camisola do FC Porto que não sentem o clube, por não serem sócios ou adeptos do FC Porto. Quando vi aquela primeira fila, senti que estava a ser feito uma OPA ao FC Porto"
Os troféus: "Não é para viver à custa dos 2600 troféus que o FC Porto vence na minha gerência, nem do estádio ue construimos, do pavilhão ou do museu. É um passado respeitado, mas candidato-me pelo futuro, para que o FC Porto não caia nas mãos de quem só vê negócios. Para que não aconteça como num clube rival e amigo que já está nas mão dos árabes. Não viemos para vender o FC Porto a árabes ou a quem quer que seja. Viemos para procurar que a SAD do FC Porto seja do FC Porto, que é o mesmo que dizer, dos sócios do FC Porto."
Nova equipa: "Remodelei a minha equipa quase por completo, com gente capaz, com histórico no clube, que ama o FC Porto e que não vem para fazer negócios. Não. Estou com gente que anonimamente tem ajudado muito o FC Porto a ultrapassar os seus problemas. Vamos resolver o problema financeiro, temos soluções para isso, vamos continuar a investir no futebol e em todas as modalidades para lutarmos sempre e ganharmos a maioria dos títulos nacionais. Pela cabeça, racionalmente, devia ter aceite ser o presidente dos presidentes, com o meu nome em não sei quanto sítios. Mas, não. O coração falou mais forte que a razão. Por isso me candidatei. Pela paixão que tenho pelo FC Porto e que levarei até à morte, porque é o FC Porto que tenho no coração mais do que qualquer coisas."
O destino: "Se o meu destino é servir o FC Porto, estou disponivel para o servir até ao meu último dia. Em relação à Academia, que muitos quiseram impedir e será um marco histórico na vida do FC Porto, terá 10 campos de futebol, um estádio, hotel para 140 jovens, refeitório que pode servir 800 refeições, um posto médico normal e com tudo o que for preciso. Esse sonho, que alguns chamaram utopia, não é. É um sonho e já acordei para o sonho. É indiscutivelmente uma realidade."
O último: "É o meu ultimo mandato. Já o disse claramente. Só Deus sabe se chego daqui a quatro anos bem, vivo e de saúde. Nenhum de nós sabe se acorda amanhã. Espero que sim. Mas espero que no final do mandato possa entregar o FC Porto sem problemas, com a massa associativa unida, porque a partir do dia 28 de abril a minha determinação é unir os sócios e adeptos."
Aliados e redes sociais: "Se pusermos de parte aqueles que querem transformar o FC Porto numa sociedade para trânsito de compra e venda de jogadores, tenho a certeza que os verdadeiros portistas e adeptos vão juntar-se a nós no 'todos somos porto'. O que quero é muito em breve vir aqui festejar mais um titulo nacional, que é o que os verdadeiros portistas. Os 100 mil que vão para os aliados festejar as vitórias não são os que estão nas redes sociais a insultar tudo e todos. Por isso é que vocês estão aqui, num dia de calor. Estamos juntos."