ENTREVISTA O JOGO/TSF, PARTE V - Declarações de Pinto da Costa, candidato da Lista A às eleições do FC Porto
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Dividindo a presidência por décadas: de 1982 a 1992, o FC Porto, ganhou cinco campeonatos; de 1992 a 2002 ganhou seis; de 2002 a 2012 ganhou oito, foi a melhor década. De 2012 a 2024, mais que uma década, 12 anos, ganhou quatro campeonatos, é o pior registo. Isto preocupa-o?
-Isto posto assim mostra a sua tendência perante os factos. Mas não é bem visto, porque nos últimos quatro anos o FC Porto venceu mais títulos do que os outros dois juntos. Não foi igual, ganhou mais. Estou a falar de campeonatos. O FC Porto ganhou mais que os outros dois. Acho que tem havido uma regularidade de vitórias. Hoje reconheço que é mais difícil, as vitórias internacionais são mais difíceis, mas naquele tempo também eram difíceis. Quando jogámos com o Bayern Munique, em 1987, na caixa das apostas tínhamos 5%, e mesmo assim eram os mais otimistas. Ser difícil não nos assusta, temos é ter um objetivo, lutar por ele, ir em frente e pensar que é isso que os sócios querem.
Tem sido acusado também pela lista B de decisões estruturantes, nomeadamente em relação à Academia já sabia que ou o negócio com a Ithaka, que influenciam para lá do mandato. Entende essas críticas, era possível esperar pelas eleições?
-Entendo todas as críticas na estratégia traçada pela outra equipa, que é a política da terra queimada. Vi isso quando, na Assembleia Geral das contas em que o candidato Nuno Lobo se absteve, o candidato Villas-Boas votou contra. E não votou contra porque as contas estivessem mal, porque ele achava que estavam bem, sabe porquê? É que ele teve uma intervenção em que foi dizer que se ‘retirarem os prémios [da Administração] que receberam, eu aprovo as contas’. Então, o que estava mal não eram as contas, eram os prémios. E em relação aos prémios, eu devo dizer que também não achava que estivesse bem, mas não fui eu que os decidi. O estatuto da SAD diz, para responsabilizar a Administração, que os seus elementos têm de ser remunerados. Não sou eu que digo, são os estatutos, porque assim é que podem ser responsabilizados, e há uma comissão de vencimentos que é quem estabelece os vencimentos. Essa comissão, curiosamente, era formada por três indivíduos: o Sr. doutor Alípio Dias, que toda a gente conhece, que foi membro de um governo do PSD, o professor Emílio Macedo, o reitor da Universidade de Vila Real, e o doutor Fernando de Sousa, que é o cabeça de lista da lista B. Esse indivíduo é que decidiu que havia prémios, porque as atas todas estão votadas por unanimidade e ele assinou-as todas. Então, o indivíduo que é que determina, ninguém lhe foi pedir para pôr lá isso, os vencimentos e os prémios depois vem criticar que se ganhava demais e que não devia haver prémios. Não vai haver mais prémios, mas quem decidiu que havia prémios foi quem está na lista do Villas-Boas. É uma coisa impensável.
André Villas-Boas diz que vai ser um presidente não remunerado, não vai ter um ordenado para ser presidente do FC Porto. Acha bem?
-Luís Filipe Vieira também não era.
O que é que quer dizer com isso?
-Quer dizer que às vezes dá mau resultado. Se calhar, estará suficientemente rico, e é natural, porque recebeu pequenas fortunas em vários despedimentos, e naturalmente se, não sei se tem, mas se por exemplo tivesse o dinheiro no Uruguai, ganhava muito dinheiro, poupava muito dinheiro em impostos.