Jorge Nuno Pinto da Costa, presidente do FC Porto, recorda a aposta ganha em Jesualdo Ferreira, treinador que conduziu os dragões à conquista de três campeonatos consecutivos, entre 2006 e 2009. E não esqueceu a despedida de Vítor Baía dos relvados, em novo episódio da série "Ironias do Destino", do Porto Canal.
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Chegada de Jesualdo Ferreira ao FC Porto, em 2006/07: "É verdade, o Jesualdo teve uma passagem muito positiva pelo FC Porto. Ele que, a princípio, gerou alguma desconfiança na massa associativa, os adeptos não gostavam da grande ligação que tinha tido ao Benfica durante a carreira, o que para mim nunca foi problema. Entrou oito dias antes de começar o campeonato. É uma situação muito complicada, mas - e essa foi uma das razões da minha escolha - ele era um profundo conhecedor do futebol português, de todas as equipas do campeonato, e a equipa rapidamente se adaptou aos seus princípios, aos seus métodos e teve grande sucesso. Esse campeonato foi difícil, foi vencido na última jornada, contra o Aves, curiosamente o guarda-redes deles era o Nuno Espírito Santo. Nós ganhámos por 4-1, fizemos uma excelente exibição. Nesse ano foi também o final [de carreira] do maior guarda-redes de sempre do FC Porto, com o aparecimento do notável Helton, que veio a ser muito importante em todos os êxitos que se seguiram depois desse dia. Foi uma jornada magnífica, de uma emoção muito grande para o professor Jesualdo. Já tinha muitos anos de futebol, mas nunca tinha vencido um título como treinador principal. Foi uma alegria muito grande e eu senti também compensada e reconhecida a minha escolha, porque aos que duvidavam que fosse capaz de se integrar na vida e no espírito do FC Porto ele demonstrou não só nesse ano como nos seguintes que viveu apaixonadamente o FC Porto, como vivia qualquer clube onde estivesse."
Sentimento antes da jornada decisiva: "É uma complicação. Na véspera sonhamos com tudo, pensamos em tudo, mas a equipa era muito forte, estava determinada, não tinha dúvidas de que iríamos vencer."
Despedida de Vítor Baía e determinação da equipa: "O jogo [com o Aves] era decisivo. Como costumo dizer, já não há mais: ou é hoje ou acabou. Eu recordo-me que usei essas palavras: 'Hoje ja não há próximo jogo. Ou é ou não é.' Aí já não há pensamentos de quem está ou quem não está. Quem está tem de ganhar. E foi com essa determinação que entrámos, com um público fantástico, com o estádio bonito. Ainda não havia essa desgraça da pandemia, desses inteligentes que andam a fechar os estádios... Uma jornada fantástica, realmente. Foi o primeiro, como já disse, de três títulos do Jesualdo, o único treinador a vencer três campeonatos consecutivamente. O Artur Jorge também venceu três, mas não foram consecutivos."