"Era o clube por quem tínhamos mais respeito, achávamos que era forte, tinha muita influência", disse
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Pinto da Costa concedeu uma entrevista ao programa Contraste, emitido na TVI Player, numa conversa na qual abordou a recandidatura e algumas memórias enquanto presidente do FC Porto.
"Candidatei-me apenas por dois motivos, a academia da Maia, que estava adiantada só não se fez porque quem me sucedeu não quis, era um projeto importantíssimo para o clube, e queria renovar com o Sérgio Conceição. Quando saísse, para mim o timing era um ano depois de reeleito, queria deixar a academia em bom caminho para funcionar e que o Sérgio fosse o treinador do FC Porto. Renovei com ele antes das eleições, porque o meu opositor, o André Villas-Boas tinha-me criticado por não ter renovado já com o Sérgio Conceição", disse.
"Os sócios votaram em sentido contrário, perfeitamente bem, e tenho muita pena sobretudo pelas duas coisas: porque acho que o Sérgio era muito importante no nosso projeto e porque a academia foi um erro tremendo não ter avançado para garantir a nossa formação. Se com poucas condições temos lançado jovens que ainda agora estão a entrar na equipa principal, com a academia bem feita e a funcionar seria ótimo para o clube. Não quiseram assim, não tenho de discutir", vincou, lamentando uma "campanha de desgaste".
"Depois houve todo aquele Processo Pretoriano que levou à prisão do Fernando Madureira, tentaram ligar aquilo à Direção do FC Porto e para mim foram essas as duas razões essenciais. Não estou nada sentido, às vezes sinto-me aliviado, porque me deitava sempre com problemas que tinha que resolver e agora não tenho essas preocupações. Estou mais tranquilo", assegurou.
Sobre o maior adversário dos dragões dentro das quatro linhas, disse: "Havia um clube que não gostava nada de defrontar, embora curiosamente tenha sido amigo dos diversos presidentes que conheci e sou amigo do atual presidente, Florentino Pérez. Era o Real Madrid. Tínhamos um complexo com o Real Madrid. Quando saía o Real Madrid ficávamos logo preocupados. Curiosamente, uma vez saiu-nos o Real Madrid num grupo, fomos apurados os dois e foi a época em que ganhámos a Liga dos Campeões. Era o clube por quem tínhamos mais respeito, achávamos que era forte, tinha muita influência. Os outros, para mim, o pensamento era sempre ganhar."