Pinto da Costa: "FC Porto voltou a dar cartas e exibiu uma superior capacidade de organização"
Pinto da Costa aproveitou o editorial da edição de junho da revista Dragões para abordar a organização da final da Champions e a questão do regresso dos adeptos aos estádios. Texto é conhecido no dia em que o Governo anunciou que os recintos desportivos de todas as modalidades, incluindo futebol, <a href="https://www.ojogo.pt/futebol/noticias/recintos-desportivos-com-um-terco-da-lotacao-anuncia-o-governo-13796902.html" target="_blank">podem preencher até um terço da sua lotação para espectadores a partir de 14 de junho. </a>
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Organização da Champions: "A realização da final da Liga dos Campeões no Estádio do Dragão só pode encher os adeptos do FC Porto de orgulho. Não por qualquer deslumbramento especial em relação a um jogo que é obviamente muito importante - felizmente, os portistas estão habituados a vibrar com a própria
equipa em encontros da maior relevância -, mas porque o clube voltou a dar cartas, em colaboração com a UEFA e a Federação Portuguesa de Futebol, e exibiu uma superior capacidade de organização. Também isto não é novidade, ou não devia ser. Recordo, já no contexto da pandemia que começamos a ultrapassar, a forma brilhante como foram organizadas as eleições do FC Porto de há um ano ou o jogo a que chamaram teste-piloto com o Olympiacos para a Liga dos Campeões, em outubro. Nessas duas ocasiões, correu tudo na perfeição. A 29 de maio aconteceu a mesma coisa."
Críticas ao Governo: "Parece, no entanto, que o Governo português não conhece a capacidade de organização dos clubes nacionais ou não confia neles. Para um jogo internacional, mesmo realizado em Portugal, foi autorizada a presença de mais de 14 mil adeptos nas bancadas. Se em causa estivesse um encontro da Liga portuguesa ou da Taça de Portugal, o estádio estaria vazio. É verdade que não faltariam alternativas aos nossos adeptos. Se quisessem, podiam ir aos milhares para o Pavilhão Super Bock assistir a concertos. Se morassem em Lisboa, podiam ir a uma praça de touros participar em espetáculos de comédia. Ou seja, até podiam participar em eventos com aglomerações de pessoas, desde que decorressem em espaços fechados e com muito menos condições do que os estádios."
Perseguição ao futebol: "Se alguém tiver alguma explicação, agradecia que ma enviasse, porque ninguém entende esta diferença de critérios e esta perseguição ao futebol. Se não houver explicações, como já disse publicamente, não resta alternativa aos responsáveis por isto: têm de se demitir ou ser demitidos. E se os seus superiores não tiverem competência ou coragem para fazê-lo, também não têm outra saída que não seja o abandono de funções. O hábito de as culpas morrerem solteiras é uma das principais causas do atraso de Portugal em tantos domínios."