Pinto da Costa explica porque manteve doença em segredo: "Tomara que os meus filhos e netos vivessem até aos 80 anos"
Declarações de Pinto da Costa, ex-presidente do FC Porto, em entrevista à TVI
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Manter a doença em segredo: "Foi importante porque a minha filha estava grávida do segundo filho. Ele nasceu, e agora já tem o terceiro, veja lá o tempo que consegui resistir. Achei que isso iria transtornar também a minha irmã, então decidi, junto com os médicos, que ninguém podia saber, e acredito que, durante muito tempo, ninguém soube."
Não fazer um diário: "Depois, o que decidi foi não fazer um diário. Veja lá, se tivesse começado a escrever a partir de 21 de setembro, a editora não teria mãos a medir. Decidi escrever apenas sobre os factos que aconteceram e a forma como os encarava. Aceitando as coisas com naturalidade, não posso estar revoltado. Tomara eu que os meus filhos e netos vivessem até aos 80 e tal anos. Achava que as coisas iam mudar. Dragões de Ouro, pensar que seriam os últimos, dá uma emoção diferente de pensar que ainda poderia haver mais cinco ou vinte. Dedico um capítulo à morte dos meus irmãos, do Artur Jorge, foram coisas que me chocaram imenso. São momentos que me marcaram, e mencioná-los é uma forma de preservar a sua memória num livro escrito por mim."
Quem gostaria de ter a seu lado no funeral: "[Pega no livro e lê] Gostava de ter ao meu lado o António Henriques, o padrinho da Joana [e ex-presidente do Marítimo], Pedro Pinho, Adriano Quintanilha, Fernando Póvoas, Luís Gonçalves, António Oliveira, Hugo Santos, a Sandra e Fernando Madureira, Caetano e o Marcos Polónia."
Chocados por ter Fernando Madureira que está preso... "Espero que seja solto."
Porque quer? "Porque foram pessoas que me foram sempre fiéis e são pessoas que estão a sofrer o que estão a sofrer por serem minhas amigas e não por terem cometido crimes."
"M" dedicado ao Ministerio Público: "Pediram-me para fazer de A a Z, e o meu "M" é dedicado ao Ministério Público. Mas não quero entrar em conflito com essas pessoas. O "E" é de Eanes, é um exemplo, e é dedicado ao General Eanes."