Na série "Ironias do Destino", do Porto Canal, Pinto da Costa recordou a conquista da Taça UEFA em 2003, numa final empolgante contra o Celtic.
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Mourinho prometera ser campeão em 2002/03: "Acreditei. Quando ele fez essa afirmação no primeiro dia, no balneário do Estádio das Antas, ele tinha estado comigo longas horas a preparar a época seguinte, por isso sabia do que estava a falar. Tínhamos já contratado grandes jogadores, como Maniche, Paulo Ferreira, Pedro Emanuel, portanto sabíamos que iríamos formar uma equipa de muito valor. Ele estava ciente disso, naturalmente que é sempre um risco fazer uma afirmação tão perentória, mas eu acreditava nas possibilidades dele e da equipa que estávamos a formar. De facto, há uma coisa importante, ele venceu a Taça UEFA, mas foi ele que conseguiu o apuramento para a prova, porque, quando ele tomou conta da equipa, estávamos longe dos lugares europeus e só no último dia, com uma vitória em Paços de Ferreira, é que conseguimos o apuramento para a Taça UEFA."
Conquista do campeonato como primeiro grande sinal de Mourinho: "Ganhámos o campeonato sem qualquer sombra de dúvida e de discussão, toda a gente reconheceu que éramos a melhor equipa e vencemos também a Taça de Portugal, logo a seguir à vitória de Sevilha. Uma estreia em grande que haveria de continuar na época seguinte com feitos maiores. Mas era impensável para toda a gente, ou para quase toda a gente, para nós não era, que o FC Porto, desde 1887 que não ia a nenhuma final [europeia], que voltasse a ganhar. O jogo da Taça UEFA foi um dos jogos mais emocionantes a que assisti como presidente."
Momentos que antecederam o jogo: "Lembro-me de tudo, porque havia uma campanha contra o FC Porto liderada por um indivíduo que até tinha trabalhado connosco, que dizia que o FC Porto venceu em 1987 de forma casual e que nunca mais iria vencer. Nós estávamos apostados em mostrar que isso não era verdade e felizmente mostrámos."
Ambiente: "Estava um calor tórrido, era impossível andar cá fora. A cidade estava cheia, vestida de verde e de azul, porque o Celtic tinha cá milhares de pessoas. Foi muito interessante, porque as pessoas andavam na rua, trocavam cachecóis, foi uma verdadeira festa do futebol, com muita cerveja, sobretudo do lado verde [risos]. Um ambiente fantástico."
Jogo: "Emocionante, resultado de 3-2 no prolongamento, estivemos duas vezes a ganhar, eles empataram duas vezes, sempre pelo Larsson, que era exímio no jogo de cabeça. A cinco minutos do final do prolongamento, fizemos o golo e foi uma explosão de alegria incrível, os últimos minutos foram de um sofrimento tremendo. Mas no final toda a gente reconheceu que tinha sido um grande jogo e que o vencedor foi realmente quem mereceu mais."
Festa e o carinho de Sevilha: "Houve uma coisa interessante. Nós verificávamos que os andaluzes estavam maioritariamente a torcer pelo FC Porto. Mesmo no banquete oficial, os espanhóis, com os seus cargos, torciam abertamente pelo FC Porto. Na véspera fomos recebidos pelo alcaide, Alfredo Sánchez Monteseirín, de uma maneira extremamente simpática, com grandes elogios ao FC Porto."
Impacto mediático: "Foi uma final de tal forma emocionante que passou em todas as televisões e deu repetições, porque só visto e vivido é que se compreende o que foi aquela vitória. "