Pinto da Costa do xeque-mate do FC Porto a uma nota sobre o Benfica: "Não seria justo"
ENTREVISTA, PARTE III - Presidente dos dragões diz que a depreciação feita à equipa foi gasolina para um final de época triunfal.
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Ver que as decisões tomadas após o aparecimento da pandemia resultaram dá uma satisfação redobrada a Pinto da Costa, que volta a visar os catedráticos da bola.
No discurso de entrega dos troféus no Museu, disse que tinha sido o título que mais alegria lhe tinha dado. Referia-se à dobradinha ou só à Taça de Portugal?
-Referia-me à dobradinha.
E por que razão foi a que maior alegria lhe deu?
-Não foi uma dobradinha inédita no FC Porto, foi a oitava, e na minha presidência a sétima, mas foi pelas dificuldades todas que tivemos ao longo da época, por todos os problemas criados com esta malfadada pandemia, que nos obrigou a grande esforço, a tomar decisões, por vezes, não compreendidas por muita gente, como foi não termos dado férias aos jogadores quando outros deram, sempre acreditando que iria recomeçar o campeonato. Queríamos acabar a época na máxima força, como conseguimos. Portanto, ver que as nossas ideias tiveram sucesso deu-me, naturalmente, uma satisfação redobrada.
Concorda que o ponto de viragem na época do FC Porto foi a final da Taça da Liga perdida para o Braga?
-Acho que esse ponto foi importante, porque é preciso não esquecer que, nessa altura, um dos catedráticos do futebol, que põe aquele ar importante que os ignorantes põem quando falam de coisas que não sabem, disse na SIC Notícias, com pompa e circunstância, que o Benfica viria ao Dragão dar o xeque-mate ao FC Porto, ficando a dez pontos. E disse mais: disse que o Benfica estava a mais no campeonato português, porque era superior demais para estar a lutar com outros clubes como o FC Porto. Essas palavras, essa depreciação, esse modo de encarar os profissionais do FC Porto foi importante, porque os fez reagir. É óbvio que quando toda a gente pensava que o campeonato estava perdido e quando aquele iluminado dizia tudo isso, sentimos que naquele momento tínhamos de estar todos juntos e virar a situação. Foi o que fizemos. A partir daí, a equipa fez um grande jogo com o Benfica, venceu com toda a justiça e, com um ou outro percalço, embalou e sobretudo deu sempre uma prova de querer inultrapassável. Por isso é que acho que este campeonato deu muita satisfação, quando a meio da época já estavam a rotular a equipa de vulgaríssima, que ia levar o tal xeque-mate do Benfica e, afinal, o xeque-mate não foi o FC Porto que o sofreu, foi o FC Porto que o deu.
"Supertaça a meio da Champions não seria justo para o Benfica"
Arrancar a temporada sem a disputa da Supertaça será "estranho" para Pinto da Costa, mas o presidente do FC Porto não contesta a decisão da FPF. "Compreendo que, sendo o Benfica um dos intervenientes, não era justo. Tendo eles uma eliminatória da Liga dos Campeões, não era justo obrigá-los a jogar no meio dela. Não está em causa apenas o Benfica, está em causa o futebol português, o seu prestígio, e a importância que pode ter a sua participação na conquista de pontos para o ranking internacional", sublinha. "Por isso, aderimos a adiar a Supertaça para um momento mais oportuno, de modo a que o Benfica possa fazer a sua preparação adequada para o grande objetivo que tem de ser a qualificação para a Champions League", justifica.
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