ENTREVISTA O JOGO/TSF, PARTE VII - Declarações de Pinto da Costa, candidato da Lista A às eleições do FC Porto
Corpo do artigo
Em 2020 disse que estava perto de fechar o negócio para o naming do estádio. É possível atualizar essa informação, saber como é que está o processo?
-O naming do estádio esteve praticamente fechado, mas quando veio o Covid tudo parou, o mundo parou, e infelizmente isso também ficou suspenso. Continua a haver umas conversas, mas penso que no momento não é mais do que conversa. Já não estamos sintonizados com quem estávamos. E faz parte das obrigações da empresa com quem fizemos este recente contrato arranjar um naming para o FC Porto de determinado valor.
No outro dia, depois do nosso candidato à vice-presidência administrativa, Dr. João Koehler, ter explicado a situação, ouvi logo a seguir um Sr. Camelo a dizer o seguinte: o FC Porto tinha de esperar porque isto pode influenciar nas eleições... Sr. Camelo é de nome, não estou a chamar camelo ao senhor, atenção
Portanto, para além dos 65 milhões que receberá de entrada da Ithaka, o FC Porto espera aumentar esse valor?
-Não espera, tem a garantia deles que tem de aumentar, senão algo estaria errado. Mas deixa-me só voltar atrás um bocadinho com este negócio da Ithaka e da Legends. No outro dia, depois do nosso candidato à vice-presidência administrativa, Dr. João Koehler, ter explicado a situação, ouvi logo a seguir um Sr. Camelo a dizer o seguinte: o FC Porto tinha de esperar porque isto pode influenciar nas eleições... Sr. Camelo é de nome, não estou a chamar camelo ao senhor, atenção. Nada, que depois vem sempre criticar. Eu também sou Pinto e não tenho bico, é só Pinto no nome, eu acho que ele não tem uma bossa, é só no nome. Mas o Sr. Camelo veio defender que não podia ser que isto vai prejudicar, vai influenciar. Eu acho isso mais que estúpido, é ridículo. Nós andávamos com esse negócio há ano e meio, a procurar concretizá-lo o mais possível. Quando podemos concretizar, e a gente sabe bem como são os negócios, hoje diz-se que sim e amanhã já que não, tivemos de o aproveitar e tivemos dois cuidados. É um negócio fantástico, o estádio vai ficar muito melhor, a zona dos camarotes e dos lugares anuais vai ficar totalmente diferente, o FC Porto vai encaixar 65 milhões. O FC Porto não vendeu nada, nada. O FC Porto criou uma sociedade nova em que tem 70% e o outro parceiro tem 30% e ao fim de 25 anos é toda nossa. Tivemos o cuidado, para que não possam aparecer mais Srs. Camelos a dizer essas barbaridades de, primeiro, se acham que o negócio não é bom, até 1 de julho podem rescindi-lo. É só devolver os 65 milhões. Podiam pagar agora? Não, não queremos. Só vão pagar em junho, depois das eleições, para que seja quem for eleito que os recebe. O que é que isto prejudica ou tem falta de ética em termos eleitorais? Fazemos um negócio e bom, toda a gente reconhece que é bom, garantimos 65 milhões que não quisemos receber agora, mas só no próximo mandato, seja de quem for. Quem não gostar pode rescindir, até 1 de julho esse contrato devolvendo o dinheiro. O que é que isto tem de falta de ética?
E os terrenos na Maia? Igual?
-Os terrenos da Maia andamos há dois anos a lutar por resolver os problemas. E é de tal forma ridículo vir comparar a academia que vai nascer com os terrenos no Olival, onde pode fazer apenas quatro campos de futebol, e dizer que os seniores passariam para ali e a formação passaria para o centro de treinos do Olival. É de quem não conhece realmente aquilo. Porque o Olival tem quatro campos de futebol, tem um refeitório onde podem comer 50 pessoas. Não dá para mais. Tem uma pequena cozinha. Tem uns quartos improvisados num contentor. E a Academia vai ter dez campos, vai ter um mini estádio, para mais de duas mil pessoas, vai ter um hotel onde podem estar hospedados simultaneamente 140 jovens. Vai ter um refeitório que dá para 800 refeições por dia, simultaneamente. Vai ter um posto médico, vai ter muitas mais coisas.
Esteve para ser em Matosinhos...
-Esteve, mas por burocracias e dificuldades de resolver o problema de terrenos é que tivemos de procurar outros e vamos para a Maia. E eu digo só uma coisa: convidámos a Comunicação Social para visitar o centro da Maia, a Academia, toda a gente filmou, toda a gente viu que lá está, as obras estão a ser feitas. Desafio o outro candidato a convidar a Comunicação para ir ver o tal terreno que ele comprou a um amigo, que estava encravado com o terreno. Convide a Comunicação Social para ir lá visitá-lo. Mas tem de ir um de cada vez porque não cabem lá os carros nem de meia dúzia. Convido-o a que mostre aquilo que ele propõe. E vocês já viram aquilo que nós propomos e que já está em curso e que já é nosso.
Na perspetiva dele, o FC Porto devia dar um passo intermédio, que é esse passo que o sr. Pinto da Costa considera que é um passo curto...
-Não é um passo curto, é um passo impossível. Primeiro, se conseguir lá fazer alguma coisa, vai demorar dois, três anos. É o mínimo. Porque aquilo não é possível fazer lá nada, tem que meter processos, não é dizer que tem autorização. Tem um parecer que diz que daqui a um ano, se for feito isto, isto, isto, eles vão avaliar. Então nós podemos esperar? Acusam de que demoramos a fazer o centro de estágio e agora acham que podemos esperar e depois que a formação vai para o Olival. O Olival tem boas condições para a equipa A, mas para a formação não serve, não tem campos, não tem hotel, não tem nada. Portanto, quando se vem contestar um centro de estágio, uma academia como nós já estamos a fazer, porque já estão a trabalhar e vocês viram lá os tratores a funcionar... Já está tudo legalizado e tudo no nosso nome. Comparar isso com um sítio onde se podem pôr quatro campos, que não tem acessos, que não tem parque automóvel? Faço um desafio: eu apresentei o centro, a nova academia, ele que vos convida para irem ver o tal terreno onde quer fazer o centro de formação.
Parte dos terrenos da academia da Maia ainda estão na posse de privados?
-Já não estão. Esses terrenos eram da posse de um privado, que era o Sr. Gaspar Borges, nós tínhamos, já há muito tempo, um contrato de promessa compra e venda, no caso da Câmara vir autorizar aquilo que já está tudo autorizado. Tínhamos essa possibilidade. Quando a Câmara nos deferiu definitivamente e nos autorizou a fazer lá o centro, já o compramos, já fizemos o contrato e esses terrenos que eram do Sr. Gaspar Borges já são nossos.
É possível saber qual foi o valor envolvido nesse negócio?
-O valor, não sei. Sei que foram nove hectares, que eram do Sr. Gaspar, que com os 14 que negociámos com a Câmara, dá 23 hectares.