"Peseiro não me queria no FC Porto. Senti-me discriminado, destruía a minha confiança"
Suk, avançado sul-coreano, passou pelo FC Porto em 2015/16, chegou quando saiu Lopetegui, que o havia pedido, após vê-lo brilhar em Setúbal com onze golos. Marcado por Casillas e pelo talento de Brahimi, Corona e Rúben Neves
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Aos 32 anos, Suk caminha para uma dezena de anos desde que trocou Portugal pela Turquia, deixando o FC Porto e parando no Trabzonspor. Seguiu-se a Hungria e vários anos em França, no Troyes e Reims, acabando de regressar à Coreia do Sul. O avançado que se notabilizou com alguns golos no Marítimo, Nacional e V. Setúbal, fracassou no salto para o FC Porto, não indo além de dois golos em 14 jogos, era reforço de inverno, brilhava no Sado, na transição de Lopetegui para José Peseiro.
"Fiquei maravilhado quando soube do interesse do FC Porto, era um dos maiores clubes do mundo e saber que me queriam foi algo arrebatador e indescritível. Mas foi uma passagem frustrante, pois queria contribuir na Liga e na Champions", lamentou. "A situação não estava famosa, o treinador que me quis, Lopetegui, foi despedido e o novo treinador [José Peseiro] não me queria na equipa. Foi um período duro, pois senti-me discriminado nas suas ações. Em cada sessão ele destruía a minha confiança e não me dava a mínima chance. Os colegas percebiam e avisavam-me que ele não me queria. Era terrível e frustrante", recorda, marcado por esse momento delicado.
"Acredito que se Lopetegui tivesse continuado, eu teria dado outra expressão no FC Porto e transformado a minha carreira. Ainda pensei em escutar outros convites, pois soube que Lopetegui havia sido despedido pouco antes de assinar. Mas não me posso arrepender, o FC Porto era, na altura, um clube imensamente atrativo", admite, trazendo à baila o efeito Casillas e uma admiração azul-e-branca.
"Escolhi o FC Porto ao Sporting e Benfica e dei primazia sobre convites da Premier League, porque era uma equipa competitiva na Liga dos Campeões. Jogar pelo FC Porto era um sonho feito realidade. Estava Casillas, sonhava em estar a seu lado. Fez tudo por me ajudar na adaptação, quis ser meu colega de quarto num jogo fora de portas. Era um jogador que tinha ganho tudo mas o seu caráter era também de classe mundial", afirma, gabando quem mais lhe encheu o olho.
"Brahimi, Corona e Rúben Neves eram tecnicamente sublimes. Casillas uma super estrela e era fantástico jogar com ele. Os coreanos adoravam-no. Agradeço a estes o apoio que me deram, eles e também outros como Maxi, Herrera e Varela. Foram eles que me ajudaram a fazer parte do grupo, mesmo com as dificuldades com o treinador e a barreira linguística.
"Nunca conheci diretamente Sérgio Conceição mas dá para perceber que é um grande treinador, apesar desta época mais infeliz. Mas os resultados e troféus ganhos antes falam por ele. Merece enorme respeito", adianta, aceitando destacar valores individuais. "Pepe é incrível, a sua capacidade de trabalho nesta idade é impressionante, é um grande profissional. Tenho de o admirar, tal como Taremi. Nunca é fácil para um jogador asiático competir com tanto nível numa liga europeia e na Liga dos Campeões. Tem conseguido grandes coisas e desejo-lhe o melhor."