Derrube das linhas vermelhas e um mercado acutilante. Pereira da Costa, diretor-financeiro da SAD do FC Porto, esclareceu a O JOGO as ferramentas que nortearam um feroz ataque a reforços. Contratações fortes depois das contenções e restrições
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O FC Porto destacou-se por um mercado robusto e gastador, ficando perto dos 100 milhões – 94,35 – numa tentativa de corrigir lacunas no seu plantel. À cabeça das contratações, destaque para o investimento em Froholdt – 20 milhões, embora nomes como Gabri Veiga, Alberto Costa e Borja Sainz tenham exigido estofo acima dos 10 milhões. Entre os elogios às contratações, também cresceram perguntas sobre como foram superadas as restrições financeiras e todo um manual de contenções da cúpula portista. Numa breve auscultação, Pereira da Costa, o diretor-financeiro da SAD do FC Porto, esclarece as bases que nortearam as apostas e as respetivas garantias internas.
“Vem dos resultados positivos do exercício de 24/25, com o aumento de receitas comerciais, envolvendo campanha de sócios, lugares anuais, bilhética e Corporate Hospitality, além de contenção nas despesas salariais na equipa principal e nos funcionários, incluindo a Administração”, expôs, dando conta da ajuda preciosa das “janelas de mercado de verão de 2024 e janeiro de 2025, que se traduziram em receitas de vendas na ordem dos 172 milhões, com apenas 42M€ reinvestidos no plantel”.
Abordando os eixos de ação que agilizaram muito maior liquidez, Pereira da Costa resume algumas valências. “Tivemos a conclusão da operação de venda de 30 por cento da exploração do estádio à Ithaka, com revisão do valor de 65 para 100M€, tendo o primeiro pagamento subido de 40 para 50M€. Acresce a emissão de obrigações, Dragon Notes, 115M€ a 5,6% da dívida. Foi esse passo que retirou dificuldades de tesouraria, reduzindo de forma relevante o passivo de curto prazo”, justifica Pereira da Costa, satisfeito por um constante aliviar da corda no pescoço, que fez o FC Porto atacar o mercado para recuperar força nos resultados e títulos.
“Este é um investimento consolidado que permite que o FC Porto cumpra os indicadores de sustentabilidade financeira da UEFA. Mas, como ocorre em qualquer SAD, requer rentabilidade desportiva, seja pelas receitas da UEFA, seja financeira, que vem da transação de jogadores”, avisa o diretor-financeiro, sentindo que o futuro apresenta sinais de outra serenidade nas contas portistas. “A herança pesada continua, a dívida mantém-se acima do ideal para a dimensão do FC Porto. Mas, atualmente, acarreta custos muito mais comportáveis, pois foi refinanciada com prazos mais longos e custos mais baixos.”