Bruno Onyemaechi começou a época no Feirense, deu o salto para o Boavista e, após dois dias de treinos, já estava a defrontar o Benfica. De lá para cá, sempre titular, só perdeu um jogo por castigo.
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Defesa de 23 anos fez-se intocável para Petit, sendo hoje dos homens com mais mercado na pantera. O crescimento no Bessa já o transportou para as Super Águias.
Foi literalmente chegar, ver e vencer, com poucos dias de trabalho já era titular frente ao Benfica e nunca se foi esse estatuto...
-Apanhei uma excelente atmosfera no clube, todos me ajudaram, e o técnico passou-me a mensagem do que fazer e não fazer. Os adeptos acolheram-me. Tudo isso ajudou na ambientação. Lembro-me do jogo com o Benfica, o Petit disse-me que é a mentalidade que diferencia quem chega ao topo. Pediu-me isso e disse que confiava em mim para fazer a diferença. Foram grandes sensações, os adeptos deram uma grande força e percebi que não devíamos ter medo de competir com o Benfica.
Surpreendeu-o de algum modo essa chegada ao Boavista com a época a iniciar-se, vindo do Feirense?
- Não foi uma surpresa, sabia que estavam interessados. Já tinham perguntado por mim, o processo foi tranquilo e bom para mim. Vi uma grande oportunidade para crescer e tem-se revelado tudo o que imaginei. Soube que ia para o Boavista depois de ter feito o primeiro jogo da época pelo Feirense.
Vendo a forma como pegou de estaca, entendo que se deve ter sentido muito desejado pelo técnico?
-Claro que sim! Foi importante o treinador não esconder que me queria, ele mostrou-me essa confiança desde o início, que seria parte da equipa e iria crescer muito dentro dela, ao lado de novos companheiros.
Esta classificação na primeira metade da tabela parece-lhe curta para o valor do grupo?
-O pensamento é jogo a jogo. No final veremos onde vamos acabar.
Falava da fácil ambientação ao clube. Quais foram os colegas que mais depressa o puxaram?
-Posso destacar o Gorré e o Yusupha. Mostraram-me tudo por aqui, apadrinharam os pequenos-almoços e explicaram onde trocar as chuteiras. Há várias nacionalidades no balneário, fala-se inglês e português. Eu vou entendendo o português no que são assuntos de futebol.
Como tem gerido as mutações posicionais?
-Sou um jogador aberto a transformações e a apreender novas competências. Quando surgiu a oportunidade de ser central no Feirense, fiquei chateado, mas sabia que se me adaptasse e correspondesse, teria mais espaço para jogar. Acabei por ficar confortável. Aprendi muito jogando em diferentes lugares, percebendo o papel de cada posição em campo. São pedidas coisas diferentes. Mas a verdade é que em Portugal cheguei a ser médio-ofensivo e central no Feirense e conheci o flanco esquerdo, onde agora jogo, na passagem pelo Vila Real.
Já falou da etapa Feirense, deu para sentir a importância do clube nesta ascensão ao patamar mais alto, até porque foi a sua primeira aventura na Europa?
-Tinha tentado chegar à Europa pelo Anderlecht e CSKA Moscovo. Não fiquei na Rússia, porque não me adaptei ao frio. Depois, fiz uma pré-época em Espanha pelos noruegueses do Lilleström, mas não fiquei , porque não conseguiram vender um jogador. Voltei à Nigéria mais dois meses, até que soube do Feirense. Foi certamente uma grande oportunidade já numa liga profissional, joguei muitos jogos, adquiri muita experiência, cresci imenso jogando em várias posições. As minhas exibições ficaram documentadas em vídeos. Foi uma fase importante, que me deu muita exposição.
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