Decisivo nos dois golos com o Braga, brasileiro procura solidificar o melhor início desde que mora no Dragão
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Pepê está mais alinhado com as balizas adversárias do que nunca. Após ter ajudado na recuperação diante do Manchester United, o brasileiro, de 27 anos, foi determinante no triunfo sobre o Braga, estando na génese do penálti que abriu o marcador com um toque de classe e recolocando o FC Porto no imperioso rumo de vitória com um disparo contundente. Desde março que o extremo não faturava em dois jogos consecutivos (Benfica e Portimonense), comprovando, diante dos minhotos, o arranque mais concretizador com a camisola dos azuis e brancos ao fim de quatro temporadas no clube.
Antes visado pelo desperdício, Pepê marcou pelo segundo encontro consecutivo, apurando um instinto concretizador que não se lhe vira nos três começos de épocas que já efetuou de azul e branco.
Se, na época passada, foi notícia recorrente no arranque um certo distanciamento de Pepê com a eficácia de remate - a malapata só foi quebrada ao 19.º encontro da época, a 28 de novembro, com o Barcelona - tudo vai sendo diferente desta feita. O registo nos primeiros 11 encontros oficiais do FC Porto supera, inclusive, os de 2021/22, quando chegou ao Dragão e ainda enfrentou concorrência de Luis Díaz, e de 2022/23. O ex-Grémio abriu o champanhe em Guimarães, no robusto 3-0, escolheu um espumante mais distinto contra o Manchester United (3-3) e agarrou, agora, aquela garrafa, autêntica reserva sagrada, para fazer jorrar a felicidade dos adeptos no apertado triunfo (2-1) sobre o Braga. Adversários escolhidos também a dedo, de quem sabe puxar galões na hora certa. É, aliás, uma tendência do brasileiro, demolidor na vertigem com bola, nas movimentações invasoras e a aplicar golpes letais quando o oponente é reputado, como se percebe por ter na carreira três golos ao V. Guimarães, dois a Sporting, Benfica e Braga, sem esquecer os disparos certeiros contra Lyon, Barcelona e Manchester United nas provas da UEFA.
Além dos registos concretizadores, Pepê acrescenta uma assistência - a outra foi negada, no domingo, no golo anulado a Samu -, ganhando asas neste FC Porto de Vítor Bruno, que vai revelando apetite ofensivo, tendo dois rostos goleadores bem acima dos restantes: Galeno (oito) e Samu (sete). O extremo, refira-se, ocupa o pódio na companhia de Iván Jaime e Nico González (três).
Na redescoberta de novas dinâmicas, novos parceiros de investidas agudas em espaços contrários, Pepê vai desfrutando de Nico como sublime muleta do sucesso, bastando ver o passe que abriu o Braga e o colocou na cara de Matheus. Variando entre a posição 10 e a ala direita, o brasileiro não tem sido tão vagabundo no campo como era no tempo de Sérgio Conceição, em que, praticamente, não parava um segundo, havendo a procura de um jogador mais fresco para potenciar desequilíbrios.