Pepe descreve os centrais do FC Porto: "Quem anda no futebol sabe, partiu muita pedra"
Excertos de uma entrevista de Pepe à Sport TV
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Marcano: "Muito estrategista"
David Carmo: "Interessante, excelente jogador. Veio do Braga para o FC Porto, as pessoas criaram muitas expectativas. [Valor pesou'] Nem vou entrar para aí. Não tem de fazer diferença. Não tem peso. Quando fui para o Real Madrid não teve peso. O David é uma pessoa superinteligente e sabe diferenciar essas coisas perfeitamente. A exigência do FC Porto, de um treino no FC Porto é diferente de qualquer outro clube e eu já passei por alguns. O que vivemos hoje aqui é como termos praticamente o terceiro nível de treinador. Quando chega é normal que comece a perceber a nível tático, o que é uma bola a correr. O David Carmo está nessa fase de adaptação e temos a certeza absoluta de que vai ser um jogador extremamente importante para nós."
Fábio Cardoso: "Superação. O míster fez com que o Fábio, hoje, fosse muito melhor do que quando chegou ao FC Porto. Teve um período que, quem anda no futebol sabe, partiu muita pedra, se calhar é o que o David Carmo está a fazer neste momento, está a partir muita pedra para quando chegar o momento dele... Foi o momento em que o Fábio também teve de passar. As pessoas agora só olham para o Fábio, porque está a jogar, a jogar bem, mas o Fábio também sofreu muito, muito, muito... porque a exigência do nosso treinador é muito alta. Desde a nossa alimentação em casa, às nossas horas no Olival, é sempre exigência. É normal que alguns jogadores, quando vêm para o FC Porto, com a exigência do nosso míster, pense que a exigência está apena nas horas do treino e não é. É exigência de dormir cedo, de se alimentar bem em casa, não quer dizer que eles não se alimentem bem em casa, mas que cada colher que coloca na boca tem de pensar que vai fazer a diferença no treino do dia seguinte. Isso é exigência, isso faz com que hoje o Fábio seja melhor. Coloco a palavra superação no Fábio, porque ele sofreu muito. Como o David está a sofrer, porque todos queremos jogar. E o Fábio passou esse período que o David está agora a passar, mas o David olha para o lado e consegue perceber que o Fábio chegou lá e, consequentemente, que o momento dele também chegará."
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João Marcelo: "O Marcelo faz-me lembrar quando cheguei no FC Porto, com aquela fome de ganhar, jogador que sabe o que quer, sabe que neste momento tem de trabalhar calado e quando a sua hora chegar ele vai estar preparado para agarrar a oportunidade"
Pepe central à moda antiga é elogio: "Não, acho que não. Eu fui-me adaptando, porque o futebol mudou. No início juntava toda a gente na frente, bate, segunda bola, estamos mais próximos... É muito difícil jogarmos, falo por mim, um central jogar numa linha de quatro do que com três. Pela minha idade, pela minha velocidade que já não é o que era quando tinha 20 anos, eu preferia jogar numa linha de três, porque tem sempre ajuda, poucas vezes vai dar um para um."
Com laterais subidos, como os do FC Porto, linha de quatro deixa-o muito exposto: "Exatamente, temos 50 metros para trás, então eu tenho de ter essa capacidade de poder ir buscar um adversário, ser forte no um para um, alguns companheiros brincam comigo que tenho maneira muito forte de defender, estar em paralelo e poder antecipar muito a ação do adversário."
Como se trabalha a leitura do jogo: "Apanhei uma fase que não estudávamos tanto a equipa adversária, os avançados, não tínhamos a tecnologia que temos hoje, então quando olhava um jogo do Real Madrid, estava no Marítimo ou no Brasil, olhava um adversário de uma equipa, um avançado, com as minhas características, começava a imaginar como o ia contrariar. Então, na minha evolução foi sempre isso. Não tinha vídeos e hoje em dia temos vídeos individuais, os clubes trabalham assim, eu via um jogo desse adversário. Por exemplo, ia jogar pelo FC Porto com o Milan e, uma semana antes, procurava ver jogo do Milan na televisão e tirava os meus apontamentos".
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