Pepa: "Essa pergunta tinha de surgir... Não queremos mudar a história, queremos escrevê-la"
Treinador do Vitória de Guimarães diz que é preciso "qualidade, raça, entrega e confiança total" para ser feliz no estádio do vizinho Moreirense.
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Duas semanas depois de ter derrotado o Moreirense, para o campeonato, em casa, por 2-1, o Vitória de Guimarães volta a defrontar o vizinho de Moreira de Cónegos, desta vez no Estádio Comendador Joaquim de Almeida Freitas.
"Tem tudo para ser um grande jogo", começou por afirmar Pepa na antevisão do encontro da 4.ª eliminatória da Taça de Portugal.
"O que está aqui em jogo é uma passagem, não se trata de pontos, mas de mata-mata. Desde o primeiro dia que assumimos que temos o objetivo, o sonho e a ambição de poder chegar à final. Para podermos alcançar isso, temos de ultrapassar os obstáculos que temos pela frente e este é um obstáculo difícil como percebemos pelo jogo que tivemos recentemente em nossa casa. Acreditamos que vai ser um jogo muito intenso e muito bem disputado. Que seja um grande jogo e que no final estejamos todos contentes pela passagem".
O que espera do Moreirense, comparando com o jogo do campeonato?
"Não há jogos iguais, podemos ser claramente superiores neste jogo, o Moreirense também pode ser. O que nós queremos muito é ser iguais a nós próprios. Sabemos o que aconteceu no jogo com o Moreirense, para nós não foi surpresa. Para nós, foi uma surpresa o que fizemos na segunda parte desse jogo. Agora, o campo é mais reduzido, o metro quadrado é muito caro para qualquer disputa. Temos de ter personalidade, qualidade em campo, intensidade máxima. Vamos ter um apoio tremendo, já estive do outro lado e sei o apoio que o Vitória teve na altura. Um dérbi é sempre um dérbi e estamos cientes de que é um jogo a eliminar. Temos de ser muito competentes, ter muita personalidade para colocar em prática a nossa forma de jogar".
O facto de ser um jogo decisivo pode condicionar a forma das duas equipas abordarem o jogo?
"O facto de duas equipas voltarem a defrontar-se se num curto espaço de tempo cria algum ruído. Já há um conhecimento muito aprofundado das duas equipas, por temos jogado há pouco tempo e pelo João [Henriques] ter treinado cá. Há muitas coisas que levam a que este segundo jogo desperte mais curiosidade e pode ser mais imprevisível o que pode acontecer. Estamos conscientes do que pode acontecer, teremos mais dificuldades. Temos de nos agarrar ao que de tão bom temos feito, temos de mais competentes naqueles momentos que não mos tão fortes".
Em três jogos da Taça de Portugal, o Vitória foi sempre eliminado pelo Moreirense. É um dado do historial que poderá ter algum peso na parte mental dos jogadores?
"Essa pergunta tinha de surgir. Não é normal ter perdido esses três jogos, mas é futebol. Isso fica na memória da cidade, dos adeptos, três jogos que resultaram em três eliminações. O que está para trás, está para trás. Não queremos mudar a história, queremos escrever a história. Queremos continuar a nossa caminhada rumo ao nosso objetivo. Não digo que queremos ir o mais longe possível, queremos muito ir à final".
Estado de espírito do plantel está sereno para um jogo decisivo?
"O mata-mata diz tudo. Calhasse quem calhasse no sorteio, se temos o objetivo e o desejo de chegar à final, o que é marcante, temos de ter qualidade, raça e entrega, assim como confiança total. É um sonho estar ali para conseguir isso, temos de encarar cada eliminatória como mais um passo. Metade das equipas vão ficar eliminadas, por isso é uma final autêntica. É um jogo da vida. Se estivemos ao nosso melhor nível, vamos conseguir o nosso objetivo".
André Almeida está em isolamento profilático
"Não posso contar com ele. Está a cumprir as regras do SNS, não podemos fazer nada. Temos de respeitar e cumprir".