Penálti defendido deixou de pé o sonho do Loures: "Após o apito final tive consciência"
Raphael Cruz defendeu um penálti aos 87" do jogo no Sintrense (1-1). Apesar de difíceis, possibilidades matemáticas de lutar pela subida no Campeonato de Portugal mantêm-se.
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Minuto 87 do Sintrense-Loures: penálti para os da casa com o encontro empatado a um. Filipe Cascão avança para a marca e fica a onze metros de deixar o emblema de Sintra com um pé na fase de subida. O remate sai para o meio da baliza e bate contra o corpo de Raphael Cruz, que assim segurou o ponto para o Loures e manteve intactas as possibilidades matemáticas de apuramento para a etapa de promoção - qualificam-se os dois primeiros classificados de cada série. "Naquele momento não há tempo para pensar nisso. Queremos jogar o jogo e esquecer o que pode acontecer. Todavia, após o apito final tive consciência do que aquele penálti significou", refere o guarda-redes, 27 anos.
Ainda assim, o Loures, da série E, tem de se agarrar à calculadora para conseguir ficar nos dois primeiros. Precisa que o Sintrense não vença em Elvas na última jornada e ainda há a ter em conta o Pêro Pinheiro, com um jogo em atraso no Ideal, que pode passar à frente se ganhar nos Açores. Caso isso aconteça, o Pêro Pinheiro também não poderá triunfar na derradeira ronda. "Vamos para o último jogo a fazer contas, mas temos é que ganhar primeiro. Continuamos a acreditar", assegura Raphael.
Formado no clube, o guarda-redes confessa-se um "adepto dentro de campo". "Sou daqui, cresci aqui e vivo o Loures como os adeptos na bancada", realça. Em 2019, voltou à formação do distrito de Lisboa, proveniente do Mafra, onde dois anos antes vencera o Campeonato de Portugal. Acompanhou o clube para a Liga SABSEG, mas não chegou a jogar. "Os anos em Mafra foram muito importantes. Serviram para crescer bastante e estou a colher os frutos dessas temporadas como suplente. Quero chegar ao final do ano, pensar que fiz uma boa época e estar de consciência tranquila", expressou.
Voltando ao penálti defendido, estudar o adversário deu resultado. "O Hélder, meu treinador de guarda-redes, implementou o estudo dos jogadores e deu frutos. Foi uma mistura entre isso e intuição. Sabia que o Cascão podia colocar no meu lado direito, contudo a relva não estava boa e acabou por sair mais para o meio", revelou. Do primeiro ao quinto todos ainda lutam pela subida, algo que transparece "a beleza do futebol".