O melhor marcador da época passada na Liga teve uma quebra generalizada em 2021/22, a começar nos golos mas não só, o que ajuda a explicar o atraso leonino para o FC Porto.
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Depois de uma temporada onde deslumbrou, dentro e fora de portas, Pedro Gonçalves tem caminhado ao longo de 2021/22 longe da exuberância da primeira época vestido de verde e branco.
O facto mais evidente da discrepância exibicional de Pote é o número de golos apontados: o melhor marcador dos leões - e da Liga - na última temporada, somou 23 tentos, vai apenas em 14 apontados até agora. Mas, fora isso, também em muitos outros aspetos onde o avançado se destacou, se nota uma quebra de monta e a qual, em muito, ajuda a explicar a grande diferença pontual (nove pontos) dos leões para o FC Porto na Liga.
"A vida é feita de altos e baixos. Tudo passa e quinta-feira [amanhã] esta equipa vai provar mais uma vez que está à altura deste símbolo", escreveu o extremo no "Instagram" depois do dérbi onde foi titular e acabou substituído aos 59". O golo, que foi imagem de marca da época de estreia de Pote no Sporting, tem andado mais longe do jogador leonino do que ele estava habituado e isso tem expressão no tempo que o jogador de 23 anos precisa para festejar um tento: agora precisa de 183 minutos por cada golo, em 2020/21 só necessitou de 132". "Ele [Pedro Gonçalves] ainda não conseguiu embalar e onde ele não está muito bem é com bola. Mas a capacidade de preencher espaços, de pressionar, isso esta lá", assegurou Amorim após a derrota de Alvalade com o Benfica, num assumir de que o médio poderia estar num patamar superior por esta altura.
Para muito do que têm sido as dificuldades de Pote na temporada presente contribuiu a lesão que o tirou de competição todo o mês de setembro do ano passado. Uma inflamação no pé esquerdo impediu o atacante de, como vincou Amorim, "embalar", muito embora até tenha tido um excelente mês de novembro, onde somou sete golos, com relevo para os bis a Besiktas e Dortmund na Champions. Mas o momento não se prolongou com o mesmo fulgor até agora e os números de Pedro Gonçalves revelam isso mesmo. Por exemplo, a eficácia de remate do camisola 28 caiu para metade quando comparada com o desempenho de 2020/21: está com 13,3 por cento em contraponto com os 27,7 da época transata. Esse Pote do passado bem falta tem feito a Amorim no presente em aspetos como os duelos ganhos (caíram de 37,1% para 35,7%), nos dribles (de 44,8% para 39,4%) e, até, nos cruzamentos (de 35,2% para 30%).
Com quatro jogos na Liga ainda pela frente, mais um na Taça de Portugal (que podem ser dois, se o Sporting eliminar amanhã o FC Porto e seguir para a final da competição), Pedro Gonçalves procura retificar o seu caminho e terminar em alta, mesmo precisando de nove golos no que falta disputar para igualar o desempenho da temporada anterior.