Avançado português tem três golos em dois jogos e Álvaro Magalhães vinca a ação de Gyokeres a abrir espaços ao canhoto
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Paulinho entrou na época de pé quente, somando três golos nos dois primeiros jogos, o que nunca alcançara na carreira a competir na I Liga. Contra o Vizela marcou vindo do banco e ao Casa Pia bisou a jogar a partir da esquerda. Em ambos, teve Gyokeres como principal referência atacante, sueco que, de acordo com Álvaro Magalhães, potencia Paulinho.
Para o antigo treinador do, agora, centenário jogador do Sporting, o camisola 20 mostra tranquilidade a finalizar, beneficiando do facto do reforço sonante concentrar as atenções dos defesas adversários.
"São compatíveis e nota-se que o Paulinho vai estar mais apoiado a todos os níveis. O Gyokeres é voluntarioso, pressiona muito e isso é uma ajuda para o Paulinho estar menos desgastado. São dois trabalhadores. A nível ofensivo, o Gyokeres vai às alas, deixa que o Paulinho vá para terrenos interiores e isso permite-lhe finalizar. E vê-se uma boa coordenação de movimentos", explica a O JOGO o ex-jogador do Benfica e que treinou Paulinho no Gil Vicente. Em 2016/17, o canhoto fez 20 golos e saltou depois para o Braga. Conta Magalhães que o acerto de Paulinho também dependia de gente na área.
"Paulinho percebeu que tinha de dar ao pedal e não se deixou abater com a entrada de Gyokeres. E quando entrou em campo marcou, agora foi titular e bisou"
"Pedia para a equipa meter muita gente perto dele. Os médios e os alas subiam, era quase um 4x4x2 e o Paulinho é muito móvel. Sabe ler o que a equipa precisa. No Sporting já tinha o Pedro Gonçalves a fazer esses movimentos, mas agora vai beneficiar pelos espaços que Gyokeres cria e também de as defesas estarem todas com os olhos neste novo avançado. As pessoas esquecem-se que o Paulinho pressionava no meio-campo, nas faixas e isso paga-se depois na altura de fazer o golo", declara, apoiando as dinâmicas táticas de Rúben Amorim.
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Magalhães realça a tranquilidade do ponta-de-lança a finalizar, dizendo que encarou a concorrência da melhor maneira. "Antes, os adversários olhavam para o Sporting e viam o Paulinho como o único goleador. Ele tem noção de que cada vez que falha um golo ouve críticas doentias, mas melhorou no aspecto psicológico, trabalhei-o dessa foma no Gil e já mostrava no Braga saber lidar com a pressão. Agora está mais calmo, mais equilibrado emocionalmente. Essa tranquilidade vem do treinador, pois Amorim conhece-o muito bem, já desde os tempos do Braga, e isso permite o jogador tenha outro discernimento à frente da baliza. Paulinho decide melhor e ao ter Gyokeres ao lado vai estar mais confortável", analisa, sinalizando o futebolista não se pode deixar afetar quando voltar ao banco: "Percebeu que tinha de dar ao pedal e não se deixou abater com a entrada de Gyokeres. E quando entrou em campo marcou, agora foi titular e bisou. Tem de dar continuidade, de ser humilde porque haverá momentos em que Amorim vai ter só um avançado."
Físico melhora a olhos vistos
Esteve em risco de falhar o final da última época, mas recuperou mais rápido do que o esperado de uma lesão na fáscia plantar. Paulinho impressiona nesta fase. "Fisicamente, trabalhava bem. Sabia que tinha de estar no seu melhor e iniciava sempre bem as épocas. Agora está muito bem fisicamente", diz Álvaro Magalhães.
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