Paulinho Cascavel, eleito melhor avançado na Gala do Centenário do clube, pede tempo e paciência aos adeptos no presente do Vitória de Guimarães
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Eleito pelos adeptos do V. Guimarães o melhor avançado da história do clube, Paulinho Cascavel viajou rumo a Portugal para marcar presença na Gala do Centenário do emblema que representou, com êxito, entre 1985 e 1987. "É uma honra enorme fazer parte desse onze do Vitória, um clube centenário. Passaram por aqui grandes craques e, receber uma distinção destas, é um orgulho para a minha carreira. Foram duas épocas muito boas para mim e para o clube. Fui o melhor marcador do campeonato num ano e fiquei em segundo no outro ", recordou o antigo avançado, atualmente com 62 anos, em declarações a O JOGO.
Os negócios que tem na fazenda, no Brasil, e que o obrigam a fazer constantemente 2500 quilómetros de carro, tiveram uma pausa para poder estar na Gala do Centenário. Cascavel era um dos nomeados, mas não sabia se estaria no onze mais votado. "Marquei as férias para esta altura, porque queria estar nesta data importante, mas estava ansioso até ouvir o meu nome, porque passaram grandes avançados pelo Vitória. Quando ouvi o meu nome, foi uma grande alegria", revela o antigo futebolista, "honrado por ter estado numa gala muito bem organizada."
"Jovens disseram-me que o pai, o avô ou o tio me tinham visto jogar. Isso já para não falar das crianças de cinco ou 10 anos que me olhavam com admiração"
Por ter deixado Guimarães há 35 anos, Paulinho Cascavel fica emocionado com o carinho dos adeptos. "Quem me viu jogar tem, no mínimo, 40 anos. Por isso, fiquei muito contente quando os jovens de uns 25 anos falaram comigo como se me tivessem visto jogar. Disseram-me que o pai, o avô ou o tio me tinham visto jogar. Isso já para não falar das crianças de cinco ou 10 anos que me olhavam com admiração", conta o antigo jogador, que mantém casa na cidade. "Sempre me senti muto acarinhado em Guimarães e pelos adeptos do Vitória. São adeptos que vivem muito o clube e certamente veem muitos vídeos dos meus jogos. Fico até emocionado por fazer parte da vida do Vitória."
"Há que dar tempo, embora em Guimarães a massa associativa não tenha essa paciência para esperar"
A Gala do Centenário foi aproveitada ainda para colocar a conversa em dia com o atual comandante da equipa vitoriana. "Moreno é o treinador ideal. É um homem da casa, conhece os bastidores e conhece o balneário do clube desde pequeno. Na gala, falei com ele e disse-lhe que o Vitória não é um barco normal, é um navio de grande porte. Ele tem consciência disso. Sabe que não é fácil, que está a começar o trabalho e que as cobranças vão ser grandes, até por ser um homem da casa, mas espero que tenha sorte."
Paulinho espera que "os adeptos tenham paciência" e está convicto de que "as coisas vão correr bem." "O Vitória está a montar uma equipa nova, tem uma situação financeira difícil e isso torna tudo mais complicado. Mas estamos no início e há que dar tempo, embora em Guimarães a massa associativa não tenha essa paciência para esperar pelos resultado. Mas, terá de ter, porque não se monta uma equipa de um momento para o outro", justifica.
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