Defesa confessa que gostava de ter sido treinado por Sérgio Conceição, consciente que a sua carreira podia ter ganho outra dimensão. Sente-se feliz no Troyes, mas a Premier League seria um grande passo
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O luso-guineense Abdu Conté, de 25 anos, mostrou em França os seus argumentos que o fizeram ser contratado pelo Troyes ao Moreirense, tendo conseguido 36 jogos em época e meia no clube. A despromoção foi a nota negativa para o lateral-esquerdo, além de uma lesão no final da época, que obstou a uma participação mais ativa e números mais atrativos. Formado no Sporting, Conté deu nas vistas em Moreira de Cónegos como sénior e foi cobiçado pelo FC Porto, antes de rumar a França.
Antigo defesa do Moreirense alegra-se pela experiência de época e meia no Troyes, a competir com os melhores jogadores de França e, com a descida da sua equipa, já pisca o olho a outros desafios.
"Obviamente que o salto para a liga francesa foi muito importante para mim, no que toca à visibilidade. Como em todos os desafios, há momentos bons e maus, os maus foram as duas lesões que tive no início da época e agora outra no final. Esta última foi mais complicada, aconteceu no penúltimo jogo, mas estou a recuperar bem, muito por culpa do meu fisioterapeuta Marcelo Pereira, que me tem ajudado imenso", conta Abdu Conté, deixando entender que repensa o futuro, procurando outros desafios depois da despromoção do Troyes, onde alinharam outros conhecidos de Portugal como Mama Baldé, Porozo, Rami e Rony Lopes.
"Desde a estreia sinto que estou no cenário perfeito para o meu futebol, mas também gostava de experimentar outras ligas"
"Como já disse, a última temporada não foi, de todo, positiva, muito por culpa das lesões, mas também pela descida de divisão. Todos os profissionais querem estar ao mais alto nível, jogar com os melhores jogadores e eu não sou exceção", sublinhou, analisando ofertas de La Ligue e esperando abertura do Troyes para a negociação. Ao que o JOGO apurou, também o Braga se envolveu em conversas com os gauleses, mas distanciou-se face às exigências.
"A liga francesa ainda não é tão valorizada como deveria ser. Nos últimos anos tem vindo a evoluir bastante, por culpa do Messi"
"Primeiro foi o FC Porto, antes de vir para França, agora esse do Braga. Penso que foram interesses reais. Mas as coisas não avançaram com pena minha. Tenho a certeza que qualquer uma dessas oportunidades teria sido ótima para a minha carreira, tratando-se de clubes que lutam pelos títulos", expressa o lateral, falando mesmo abertamente do impacto que poderia ter nos dragões, abrigado pelo estilo de jogo de Sérgio Conceição. O interesse do FC Porto terá esbarrado na época numa cláusula que obrigava os portistas a pagar uma verba ao clube formador.
"Mentiria se dissesse que não fiquei triste. Percebo pelo contexto que não tenham feito uma proposta formal. Penso que me ia dar muito bem pela forma como o FC Porto joga e gostaria muito de ter sido orientado por um técnico que exige tanto dos jogadores, como é o Sérgio", relata.
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De passada larga, forte vocação ofensiva, Abdu Conté destacou-se com facilidade sempre que jogou na Liga Francesa.
"Acho que ainda não é tão valorizada como devia ser. Nos últimos anos tem vindo a evoluir bastante, culpa do Messi, obviamente. Desde que cheguei, estou a adorar, os estádios estão sempre cheios, jogo com grandes jogadores, o ritmo é alucinante, e é um campeonato que vai ao encontro dos meus atributos físicos. Defrontar o Paris Saint-Germain deixou-me orgulhoso, vendo todos aqueles craques", evidencia.
"Desde a estreia sinto que estou no cenário perfeito para o meu futebol, mas também gostava de experimentar outros campeonatos, a começar pelo inglês", observa.
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