Dragões nunca ganharam em Inglaterra, mas o lateral Ricardo Pereira vê agora um Manchester City mais inconstante.
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Ricardo Pereira está a iniciar a terceira temporada no Leicester, de Inglaterra (recupera de lesão), para onde se transferiu do FC Porto.
A convite de O JOGO, o lateral traçou o perfil do adversário portista na primeira ronda da Champions.
O Manchester City, assolado por uma onda de lesões, já foi goleado pela sua equipa esta época e Ricardo acredita que pode ser desta que os dragões ganham em Terras de Sua Majestade. São já 20 jogos, com três empates e 17 derrotas (em 2011/12, frente ao adversário desta quarta-feira), e sem golos nos últimos sete desafios.
Como avalia o atual Manchester City?
-Continua a ser um City dominador, com o seu estilo de jogo muito característico, com jogadores de nível mundial, mas que tem sido assolado por algumas lesões que têm influenciado este início. As lesões são as maiores dificuldades que têm tido, o que leva a que por vezes tenham de adaptar jogadores a outras posições. Com os jogadores todos disponíveis, seriam certamente muito mais fortes.
Quais são os pontos fortes a que o FC Porto deve dar mais atenção?
-O FC Porto deve fechar bem os espaços, tentando jogar de uma forma compacta. O City gosta de explorar os espaços entre linhas, gosta de atrair marcações para abrir espaços do lado contrário e tem uma forma de jogar muito difícil de contrariar. Para isso, é preciso defender de uma forma muito compacta e os jogadores têm de estar muito concentrados.
E quais são os aspetos a explorar pelo FC Porto?
-O Manchester City é uma equipa que gosta de pressionar quando perde a bola e, se o FC Porto for eficaz nessas saídas de bola e conseguir sair a jogar, há espaço para criar problemas.
Esta época, o City parece inconstante. Concorda?
-Sim. Por exemplo, no jogo contra nós, acabou por se verificar um resultado anormal [vitória do Leicester por 5-2]. Mas também acho que isso foi um pouco influenciado pelas lesões e por não terem o plantel completo. Isso complicou muito a tarefa deles, ainda para mais num campeonato como a Premier League, onde todos os jogos são difíceis e qualquer equipa pode ganhar.
Apesar dessas lesões, os ingleses continuam favoritos?
-Sim. O Manchester City é um dos candidatos a vencer o campeonato inglês, financeiramente é um clube completamente diferente, mas o FC Porto tem uma palavra a dizer se conseguir defender bem e se tiver bola. O FC Porto tem de fazê-los correr.
Por aquilo que tem acompanhado, que avaliação faz do FC Porto desta época?
-Tenho acompanhado, mas no clássico só consegui ver a segunda parte. Sinto que têm de lhes dar tempo, porque é uma equipa que perdeu alguns jogadores muito importantes, como o Danilo e o Alex Telles. É preciso algum tempo para os novos jogadores se habituarem às ideias do treinador e para conhecer os companheiros, mas já mostraram que têm qualidade. Apesar das saídas, o FC Porto tem jogadores que podem fazer a diferença e ainda podem recuperar a desvantagem pontual na luta pelo título.
"Sarr tem enorme potencial e acredito que renda mais a central"
Em 2016/17, Ricardo jogou no Nice com Sarr, um dos reforços do FC Porto, quando este tinha apenas 18 anos. "Chegou a jogar como lateral, sobretudo quando havia algumas lesões, mas na minha opinião, e por aquilo que joguei com ele, acredito que renda mais como central", referiu o português antes de apontar as principais características do francês.
"É rápido, agressivo, tem um bom pé esquerdo e sabe sair a jogar. Tem um potencial enorme para continuar a progredir. Acredito que pode ser muito útil ao FC Porto e vai certamente fortalecer o grupo", considerou, recordando-se de um jovem "a dar os primeiros passos no futebol profissional". "Era tranquilo, simples e brincalhão. Não se achava mais do que o outro. Era muito humilde e um bom companheiro", destacou.